Governo retira embaixador de Israel em gesto político

© Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Nomeação para a ONU e ausência de substituto em Tel Aviv refletem posição do governo

 

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou um gesto político ao remover o embaixador Frederico Meyer de Israel, transferindo-o para a Conferência do Desarmamento, em Genebra, conforme publicado no Diário Oficial desta quarta-feira (29). A ausência de substituição de um novo embaixador em Tel Aviv foi interpretada por especialistas como uma medida que reduz a importância da representação brasileira no país do Oriente Médio.

O pesquisador Bruno Fabricio Alcebino da Silva, do Observatório de Política Externa Brasileira (OPEB) da Universidade Federal do ABC, destacou que a remoção de Meyer é claramente política, refletindo a insatisfação do Brasil com as políticas de Israel. Ele ressaltou que essa medida não pode ser vista apenas como uma decisão administrativa, mas como um sinal diplomático de descontentamento e reprovação.

A decisão de não nomear um novo embaixador para Israel foi interpretada como um gesto político que marca posição diante das ações de Israel na Faixa de Gaza, consideradas pelo presidente Lula como genocídio contra o povo palestino. No último sábado (25), Lula criticou o governo israelense em um evento em Guarulhos (SP), pedindo solidariedade às vítimas na Palestina.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) também se manifestou sobre o tema, saudando países como Espanha, Irlanda e Noruega por reconhecerem oficialmente o Estado da Palestina. O Brasil, que fez esse reconhecimento em 2010, reafirmou sua defesa da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança.