CPI investigará descumprimento de contratos de planos de saúde para pessoas com deficiência

Caleb Woods na Unsplash

 

Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro instaura comissão para apurar denúncias de cancelamento unilateral de planos de saúde para PCDs

 

 

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) anunciou hoje a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o descumprimento de contratos de planos de saúde destinados a pessoas com deficiência (PCDs). A CPI foi requerida pelo deputado Fred Pacheco (PMN) e recebeu apoio através de assinaturas conforme o regimento interno da Alerj.

A iniciativa da CPI foi impulsionada por uma intensa mobilização liderada pelo deputado Pacheco, que recebeu diversas reclamações de mães e pais de PCDs. Uma comitiva liderada pelo parlamentar foi até o Tribunal de Justiça para exigir celeridade na execução de decisões judiciais favoráveis às PCDs.

“Essa é uma conquista para o povo do Rio e, principalmente, para as mães e pais de pessoas com deficiência, que enfrentam desafios com coragem. Desde o ano passado, tentamos resolver essa questão para evitar interrupções nos tratamentos. Agora, com a CPI, vamos buscar uma solução definitiva”, declarou Pacheco, que também é cantor e compositor cristão.

A presidente da Associação Nenhum Direito a Menos, Fabiane Alexandre Simão, mãe de um menino com paralisia cerebral e autismo, destacou a importância da CPI para garantir os direitos das famílias de PCDs. Ela ressaltou que os planos de saúde têm negado tratamentos essenciais, colocando em risco a vida dos pacientes.

O cancelamento unilateral dos planos de saúde, especialmente para pessoas com transtorno do espectro autista, tem sido motivo de protestos e preocupação crescente. Mães e pais têm denunciado essa prática, que coloca em risco a vida dos pacientes, especialmente aqueles que dependem de tratamento em home care.

Especialistas em direito do consumidor alertam que o cancelamento unilateral em casos de tratamento de saúde é ilegal e os usuários têm direito de exigir a continuidade do contrato até o término do tratamento. A Agência Nacional de Saúde (ANS) também ampliou as regras de cobertura para transtornos globais do desenvolvimento, como o autismo, garantindo a obrigação de cobertura para métodos e técnicas indicadas pelos médicos.

A CPI promete ser um instrumento fundamental para esclarecer essas denúncias e garantir que as pessoas com deficiência tenham acesso adequado aos tratamentos e cuidados de saúde necessários.