Boletim InfoGripe aponta alta nas internações por síndrome respiratória aguda grave

© Paulo Pinto/Agência Brasil

 

Influenza A e vírus sincicial respiratório são os principais causadores das internações, apesar de sinais de queda em algumas regiões

 

 

O Boletim InfoGripe da Fiocruz revela que as internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) continuam em alta em diversas partes do Brasil, principalmente devido à Influenza A e ao vírus sincicial respiratório (VSR). Embora o cenário seja preocupante, há sinais de queda tanto na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) quanto na de curto prazo (últimas três semanas) em nível nacional.

O estudo ressalta que os dados recentes do Rio Grande do Sul devem ser interpretados com cautela. O estado, que enfrenta chuvas constantes, pode ter sua capacidade de atendimento e registros eletrônicos de novos casos de SRAG impactados.

Para as crianças pequenas, o VSR continua sendo uma das principais causas de incidência e mortalidade. Outros vírus como o rinovírus, a Influenza A e a covid-19 também são significativos nesta faixa etária. “Os idosos também estão em um quadro no qual ainda se exige atenção. A mortalidade das SRAG nas últimas oito semanas foi semelhante entre as duas faixas etárias, com destaque para a covid-19 e para a Influenza A nos idosos”, informa a Fiocruz.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, destaca o início da desaceleração das internações em algumas regiões. “Para o VSR, em alguns estados do Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste observa-se interrupção do crescimento ou queda. Em relação à Influenza A, associado ao aumento de SRAG em adolescentes e adultos, já se observa desaceleração no Nordeste e em parte do Norte e Sul do país”, afirma Gomes.

Vacinação e Cuidados Preventivos

Gomes enfatiza a importância da vacinação neste momento crítico. “A campanha de vacinação continua aberta para a Influenza A, o vírus da gripe”, garante. Ele também sublinha a necessidade do uso de máscaras adequadas (N95, KN95, PFF2), especialmente no Rio Grande do Sul, devido às condições climáticas adversas.

A vacina e os cuidados são essenciais para evitar o agravamento dos quadros respiratórios, especialmente com a queda das temperaturas no estado. “Mas a máscara deve ser usada por todas as pessoas, de qualquer região brasileira, que for a uma unidade de saúde, assim como aquelas que estiverem com sintomas de infecção respiratória”, recomenda Gomes.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de Influenza A (27,3%), influenza B (0,3%), vírus sincicial respiratório (56,2%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (4,6%). Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de Influenza A (48%), Influenza B (0,3%), vírus sincicial respiratório (16,6%), e Sars-CoV-2/Covid-19 (30,2%).