PF identifica transmissões ao vivo de perfis bloqueados por ministro do STF na rede social X

Foto de Souvik Banerjee na Unsplash

 

Relatório parcial da investigação destaca continuidade de interações e disseminação de informações falsas

 

 

A Polícia Federal (PF) concluiu que perfis bloqueados por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes estão continuando a realizar transmissões ao vivo e interações com usuários brasileiros na rede social X. Essa conclusão está no relatório parcial da investigação aberta pelo ministro contra o empresário norte-americano Elon Musk, enviado nesta sexta-feira (19) ao STF.

No documento, os investigadores destacaram postagens e transmissões feitas por usuários investigados no inquérito sobre milícias digitais que residem nos Estados Unidos. Entre eles estão os jornalistas Allan dos Santos e Rodrigo Constantino, além do empresário Paulo Figueredo. O levantamento realizado pela PF no início deste mês revelou que foi possível acessar do Brasil as transmissões feitas pelos usuários bloqueados e seguir seus perfis.

A PF avaliou que os investigados continuam realizando transmissões e postagens fora do Brasil, atacando o ministro Alexandre de Moraes e disseminando informações falsas. Segundo o relatório, um recurso chamado “Espaços” permite que usuários brasileiros possam interagir com os perfis bloqueados.

O relatório da PF menciona que os investigados intensificaram o uso da estrutura da milícia digital fora do território brasileiro para evitar o cumprimento das ordens judiciais e tentar difundir informações sem fundamento para influenciar a comunidade internacional com afinidade ideológica ao grupo investigado, visando impulsionar um discurso extremista de polarização e antagonismo aos poderes constituídos no país.

A rede social X, durante as diligências iniciais, afirmou à PF que todas as contas alvo de ação judicial estão bloqueadas e que não habilitou o recurso de transmissão ao vivo. No entanto, a PF constatou que os perfis bloqueados estão de fato realizando transmissões ao vivo e disponibilizando links para usuários brasileiros acessarem o conteúdo.

Elon Musk foi recentemente incluído no inquérito que investiga a atuação de milícias digitais para disseminar notícias falsas no Brasil, após insinuar que não cumprirá determinações do Supremo para retirada de postagens consideradas ilegais. Nas publicações, Musk prometeu desobedecer as restrições judiciais, alegando que Moraes ameaçou prender funcionários do X no Brasil ao ordenar a remoção de conteúdos ilegais, acusando o ministro de trair a Constituição e o povo brasileiro.