Violência contra jornalistas no Brasil: Número de ataques diminui

(crédito: Reprodução/Instagram/@livtorres)

 

Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) revelou que jornalistas no Brasil foram vítimas de 330 ataques ao longo do ano de 2023, representando uma queda de 40,7% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 557 casos.

Entre os episódios de violência, destacam-se os ataques antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro do ano passado em Brasília, onde a jornalista Marina Dias, do The Washington Post (EUA), foi insultada e agredida. O levantamento aponta que 38,2% dos casos registrados foram considerados violências graves, envolvendo agressões físicas, ameaças de morte e perseguição.

A pesquisadora Rafaela Sinderski, da Abraji, ressaltou que a queda no número de violências em 2023 está relacionada à mudança do cenário político e ao fim do mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, ainda persistem preocupações, principalmente quanto aos ataques de agentes estatais, que representaram 55,7% dos casos.

Um aspecto alarmante destacado pelo levantamento é a violência de gênero, com 82 ataques registrados contra mulheres jornalistas no Distrito Federal. Embora tenha havido uma queda em relação ao ano anterior, a Abraji considera esse número preocupante, pois esses ataques muitas vezes utilizam questões de identidade de gênero e sexualidade para agredir profissionais da imprensa.

Além disso, as agressões online também são uma realidade enfrentada pelos jornalistas, com 52,1% dos ataques tendo origem ou repercussão na internet. A Abraji recomendou medidas para fortalecer a proteção aos jornalistas, incluindo políticas públicas de proteção, desenvolvimento de mecanismos pelas redes sociais para enfrentar a violência online e a adoção de medidas de formação e proteção por parte das empresas jornalísticas. Aos jornalistas, foi feito o apelo para que não deixem de denunciar as agressões sofridas no exercício da profissão.