A Polícia Federal (PF) iniciará uma investigação para esclarecer os detalhes da estadia do ex-presidente Jair Bolsonaro na Embaixada da Hungria em Brasília, entre os dias 12 e 14 de fevereiro. Esta decisão vem logo após a revelação feita pelo jornal norte-americano The New York Times, indicando que Bolsonaro teria buscado refúgio na embaixada estrangeira para evitar a justiça brasileira, em meio às investigações da Operação Tempus Veritatis.
De acordo com informações da PF confirmadas pela Agência Brasil, a investigação terá como objetivo verificar se Bolsonaro infringiu alguma das restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) durante sua estadia na embaixada.
As imagens das câmeras de segurança da embaixada mostram que Bolsonaro permaneceu no local por dois dias, acompanhado por seguranças e funcionários do escritório diplomático. O embaixador Miklós Halmai também foi visto acompanhando o ex-presidente durante sua estadia.
Segundo a matéria do The New York Times, a hospedagem de Bolsonaro ocorreu durante o feriado de carnaval, período em que a embaixada estava praticamente vazia devido às férias dos funcionários. A publicação analisou as imagens das câmeras de segurança e imagens de satélite para reconstruir os movimentos de Bolsonaro naqueles dias.
A defesa do ex-presidente confirmou a estadia na embaixada da Hungria, alegando que Bolsonaro manteve contatos com autoridades do país amigo durante sua visita. A defesa negou qualquer interpretação que extrapole essas informações, considerando-as como “fake news”.
O passaporte de Bolsonaro foi apreendido durante a Operação Tempus Veritatis, e sua hospedagem na embaixada despertou questionamentos sobre possível tentativa de fugir das investigações em curso. O governo garantiu autonomia à PF para conduzir a investigação e avaliar se houve irregularidades durante a estadia do ex-presidente na embaixada húngara.
