
Este ano, o Sambódromo do Rio de Janeiro celebra quatro décadas de glória, marcando um capítulo vital na história do carnaval brasileiro. Desde suas origens humildes até se tornar o epicentro da mais grandiosa festa cultural do país, o palco das escolas de samba carrega consigo as raízes profundas da alma dos sambistas.
Antes da construção da Passarela do Samba, a incerteza pairava sobre os corações dos componentes das escolas, que ansiavam por um local definido para seus desfiles. Inicialmente, a Praça Onze, no centro, foi o berço das competições em 1932, escolhida estrategicamente por sua conexão com a comunidade negra e a cultura africana. Ao longo dos anos, os desfiles migraram por diferentes locais, desde a Candelária até a Rua Marquês de Sapucaí, todos centrados na alma vibrante da cidade.
Foi somente em 1984 que a saga dos sambistas teve um desfecho feliz, com a inauguração do Sambódromo. O pedido para sua construção partiu de Vilma Nascimento e seu marido, Mazinho, sambistas lendários cujo amor pela tradição impulsionou a criação desse ícone. Vilma recorda os tempos de incerteza, onde ano após ano a dúvida pairava sobre o local do desfile, até que finalmente sua súplica foi atendida pelo então governador Brizola, que confiou a tarefa ao antropólogo Darcy Ribeiro e ao arquiteto Oscar Niemeyer.
A construção do Sambódromo não só proporcionou um lar permanente para os desfiles, mas também transformou o espetáculo em uma indústria de entretenimento de classe mundial. Com o passar dos anos, a estrutura se modernizou, incorporando avanços em som e iluminação para elevar ainda mais o brilho das apresentações. No entanto, junto com o progresso vieram desafios, como a necessidade de adaptações constantes para acomodar as demandas crescentes das escolas e garantir a segurança dos desfiles.
Hoje, o Sambódromo é muito mais do que um local de competição; é o coração pulsante de uma celebração que une milhões em torno da rica herança cultural do Brasil. Enquanto os desfiles evoluem e se adaptam aos tempos modernos, uma coisa permanece inalterada: a paixão ardente dos sambistas por sua arte, sua história e sua comunidade. E é essa paixão que continua a alimentar o espetáculo que cativa o mundo a cada carnaval.