Desempenho abaixo das expectativas gera preocupação para o futuro
O setor de máquinas e equipamentos encerrou o ano de 2023 com uma queda de 11% em sua receita líquida total, atingindo o valor de R$ 285,9 bilhões, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) nesta quarta-feira (31).
A performance, que ficou aquém do esperado, refletiu uma expectativa não alcançada de queda inferior a 10%, destacando-se pelo encolhimento nas receitas de vendas no mercado doméstico, que registraram uma diminuição de 15,4% em 2023, totalizando R$ 215,3 bilhões. Este decréscimo no mercado interno vem sendo observado desde 2022, quando já havia sido constatada uma queda de 6,9%.
No entanto, o setor conseguiu evitar uma queda ainda maior graças ao desempenho recorde das exportações, que apresentaram um crescimento de 14,6% em comparação com o ano anterior, alcançando quase US$ 14 bilhões. Esse resultado representou o melhor desempenho da série histórica, superando até mesmo os resultados registrados em 2012. Por outro lado, as importações cresceram 7,2%, chegando a US$ 26,8 bilhões em 2023.
O consumo aparente de máquinas e equipamentos, que reflete a soma das aquisições de bens produzidos localmente com os importados, também sofreu uma redução significativa, passando de R$ 403,4 bilhões em 2022 para R$ 356,9 bilhões no ano passado, alimentando preocupações sobre o crescimento econômico sustentado para os próximos anos, de acordo com a Abimaq.
O cenário adverso em 2023 também teve impacto no quadro de pessoal ocupado, com a perda de 5 mil postos de trabalho ao longo do ano, resultando em um total de 385 mil trabalhadores no setor.
Para 2024, a Abimaq prevê um crescimento de 5,5% na receita interna e de 3,5% na receita total, com um leve aumento de cerca de 0,6% nas exportações, destacando-se como um sinal de otimismo em meio aos desafios enfrentados pelo setor.
