Possível nova causa para degeneração de neurônios na doença de Alzheimer é descoberta por pesquisadores

Foto de Milad Fakurian na Unsplash

 

Estudo revela que mecanismo presente no RNA pode estar ligado à morte celular, abrindo caminho para novas pesquisas e tratamentos

 

 

 

O Mal de Alzheimer, uma das formas mais comuns de demência, continua a desafiar a ciência com sua complexidade e falta de compreensão completa de suas causas. No entanto, um estudo recente publicado na revista Nature Communications traz uma nova luz sobre o assunto.

Pesquisadores da Northwestern University identificaram um possível novo mecanismo envolvido na degeneração de neurônios na doença de Alzheimer, relacionado a um componente do ácido ribonucleico (RNA). Esse achado pode representar um avanço significativo na compreensão da patogênese da doença.

A pesquisa, liderada por Marcus Peter, professor na Escola de Medicina Feinberg da Northwestern University, investigou cérebros de camundongos com Alzheimer, neurônios derivados de células-tronco de pessoas com e sem a doença, e adultos com idades avançadas, mas com capacidade de memória semelhante a indivíduos mais jovens.

Os cientistas identificaram um pequeno fragmento de RNA, com apenas seis nucleotídeos, que aparentemente desempenha um papel crucial na morte de células, incluindo neurônios. Esse fragmento, apelidado de “código da morte”, é capaz de suprimir seletivamente a atividade de certos tipos de RNA mensageiro (RNAm), bloqueando assim a síntese de proteínas vitais para a sobrevivência celular.

De acordo com Peter, à medida que envelhecemos, a quantidade de RNA “protetores” no cérebro diminui, enquanto a de RNA “tóxicos” aumenta. Esse desequilíbrio pode levar a mais mortes celulares e, potencialmente, contribuir para o desenvolvimento do Alzheimer.

Os resultados deste estudo abrem portas para novas pesquisas sobre possíveis tratamentos para o Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas. Os próximos passos incluem testes adicionais em modelos animais e em neurônios derivados de pacientes com Alzheimer, bem como a investigação de medicamentos que possam modular os níveis desses fragmentos de RNA no cérebro.

Essa descoberta promissora oferece esperança para o desenvolvimento de terapias mais eficazes e direcionadas para tratar o Alzheimer, uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e ainda carece de tratamentos efetivos.