Tribunal de Contas da União suspende licitação de R$ 1,4 bilhão da Fiocruz para serviços em Bio-Manguinhos

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Decisão baseada em possíveis irregularidades levanta questionamentos sobre concorrência e prazos no processo licitatório da Fundação Oswaldo Cruz

 

O Tribunal de Contas da União (TCU) anunciou, nesta quarta-feira (24), a suspensão de uma licitação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com um valor estimado em R$ 1,4 bilhão. A licitação tinha como objetivo a contratação de serviços para o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), unidade especializada na produção de vacinas e medicamentos.

O motivo por trás da decisão de suspensão está relacionado a possíveis irregularidades identificadas no processo. Entre elas, destaca-se a vedação da concorrência de empresas reunidas em consórcio, além da apresentação de um lote único de serviços, o que poderia restringir a competitividade entre os participantes, conforme detalhado no processo.

A determinação de suspensão foi respaldada pelo relatório técnico do ministro Augusto Nardes, que expressou preocupação com a estrutura da licitação, especialmente considerando o montante envolvido. O ministro enfatizou a necessidade de uma análise minuciosa por parte do tribunal diante da complexidade do caso.

Em suas palavras, Augusto Nardes destacou: “Em resumo, da forma pela qual foi estruturada a licitação, haveria apenas dez dias corridos para todo o procedimento de análise de propostas e assinatura do contrato, o que me parece um prazo absolutamente inviável. E, repito, estamos tratando de uma licitação com valores aferidos em quase R$ 1,5 bilhão.”

A decisão do TCU levanta questionamentos sobre a transparência e eficácia dos processos licitatórios envolvendo órgãos de grande relevância, como a Fiocruz, reforçando a importância de garantir a conformidade legal e a equidade na concorrência em contratos de alto valor no setor público.