Campanha alerta para os riscos do glaucoma

© Arquivo/Marcello Casal Jr./Agência Brasil

 

Filme de 29 segundos será exibido em 125 cidades brasileiras para conscientizar sobre a doença ocular

 

 

 

Entre os dias 7 e 15 de dezembro, frequentadores de cinemas em 125 cidades do Brasil assistirão a um filme de 29 segundos que alerta sobre os riscos do glaucoma, a causa mais comum de cegueira irreversível no mundo. A iniciativa faz parte da campanha da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) e visa destacar a importância dos exames preventivos realizados com oftalmologistas.

O presidente da SBG, Roberto Galvão Filho, explicou a abordagem escolhida para a campanha nos cinemas: “Infelizmente, no glaucoma a perda de visão é definitiva. No cinema, que é uma arte tão querida por todos, onde vemos imagens belíssimas, o paciente com a visão ruim não consegue aproveitar. Então, quisemos chocar as pessoas. Quase 150 mil pessoas serão impactadas por essa ação, e o objetivo é informar que existe essa doença e fazer com que as pessoas procurem o oftalmologista para iniciar o tratamento o mais cedo possível.”

Apesar de ser a principal causa de cegueira, o glaucoma ainda é desconhecido por grande parte da população. Uma pesquisa realizada por oftalmologistas ligados à SBG revelou que 90% dos 1.636 indivíduos entrevistados ignoravam que apresentavam sinais de risco da doença. Estima-se que 2,5 milhões de pessoas vivem com glaucoma no Brasil.

Dados do dossiê elaborado pela SBG indicam que, em 2022, foram realizadas 10.805.942 consultas oftalmológicas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil. Considerando que o SUS atende 76% da população, o que corresponde a cerca de 163 milhões de brasileiros, apenas cerca de 6,7% visitaram o oftalmologista uma vez por ano.

O glaucoma não tem cura, mas com diagnóstico precoce, é possível conter o avanço da doença. A consulta anual ao oftalmologista é fundamental para detectar a pressão intraocular elevada, um dos primeiros sinais do glaucoma. Além disso, fatores de risco como diabetes, hipertensão arterial, miopia e predisposição genética devem ser considerados, especialmente em pessoas negras, que têm maior propensão ao desenvolvimento da doença.

Galvão destacou que todo o tratamento para o glaucoma está disponível no SUS para pacientes de qualquer localidade do Brasil. “Se prescrito por um médico, o paciente tem a possibilidade de fazer o tratamento no SUS, incluindo desde os colírios que alguns estados até fornecem gratuitamente, até o tratamento com laser e cirurgias”, enfatizou.