Queda geral nos casos de HIV, mas aumento preocupante entre jovens

Foto: Agência Brasil

 

Dezembro Vermelho destaca importância da prevenção contra HIV/aids e outras ISTs

 

 

 

Os dados mais recentes do Ministério da Saúde revelam uma queda geral nos casos de HIV/aids no Brasil, exceto entre homens de 15 a 29 anos, onde o índice tem aumentado, atingindo 53,3% dos infectados na faixa etária de 25 a 29 anos em 2021. Em meio à campanha Dezembro Vermelho, que visa conscientizar sobre a prevenção do vírus HIV/aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) destaca a importância da atenção a esses números alarmantes.

A diretora de Comunicação da SBU, Karin Jaeger Anzolch, expressou sua preocupação com a diminuição do uso de preservativos nas relações sexuais nos últimos anos, enquanto a transmissão de ISTs continua em ascensão. Ela ressaltou que, se não tratadas, essas infecções podem causar lesões nos órgãos genitais, infertilidade, doenças neurológicas, cardiovasculares e até cânceres, como os de útero e pênis.

Durante o mês de dezembro, a SBU realiza uma campanha de conscientização nas redes sociais (@portaldaurologia), abordando as principais dúvidas sobre ISTs por meio de lives, posts e vídeos.

Apesar de o Sistema Único de Saúde (SUS) oferecer a vacinação contra o HPV para meninos e meninas de 9 a 14 anos, a cobertura da segunda dose entre os meninos está em 27,7%, enquanto entre as meninas é de 54,3%, ainda abaixo dos 95% recomendados.

A médica Karin Anzolch enfatizou que muitas infecções estão se tornando resistentes aos tratamentos existentes em várias partes do mundo. A SBU adotou o Dezembro Vermelho como o mês dedicado à conscientização sobre todas as ISTs pelo terceiro ano consecutivo.

Sintomas como feridas, corrimento, verrugas, dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas podem indicar ISTs, que podem ser causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Algumas dessas infecções, mesmo silenciosas em seu estágio inicial, podem levar a complicações graves se não forem tratadas adequadamente.

O uso do preservativo, masculino ou feminino, continua sendo a melhor forma de prevenção, juntamente com a vacinação contra ISTs como HPV e hepatite.

Estatísticas de HIV/aids

O Boletim Epidemiológico de HIV/Aids 2022 do Ministério da Saúde revela uma queda geral nos casos de HIV, com exceção dos homens de 15 a 29 anos. Em 2021, a maioria dos infectados pelo HIV estava na faixa etária de 25 a 29 anos, representando 53,3%. Nas mulheres, o maior índice foi registrado entre 40 e 44 anos (18,4%). Em 2021, foram contabilizadas 28.967 infecções pelo vírus em pessoas com idade entre 15 e 39 anos.

Desde o início da epidemia de aids até 2021, foram notificados no Brasil 371.744 óbitos devido à doença. A maior proporção desses óbitos ocorreu no Sudeste (56,6%).

Estatísticas de Sífilis

O Boletim Epidemiológico Sífilis 2023 do Ministério da Saúde mostra um aumento na taxa de detecção de sífilis adquirida de 2012 a 2022. Entre 2012 e 2022, foram notificados 1.237.027 casos de sífilis adquirida no Brasil. A Região Sudeste lidera com 248.741 casos registrados, seguida do Nordeste, com 112.073.

A sífilis, que pode se manifestar inicialmente como uma lesão na pele, requer atenção, pois pode progredir e causar complicações graves. A SBU destaca a importância da educação, conscientização, acesso facilitado a testes e tratamentos, melhorias no sistema de saúde, ampliação do pré-natal e fortalecimento da vigilância epidemiológica para combater essa infecção.

Vacinação contra o HPV

O papilomavírus humano (HPV) é responsável por cerca de 50% dos cânceres, incluindo colo de útero, ânus, vulva, vagina, orofaringe e pênis