Pesquisa identifica alterações na microestrutura cerebral em pacientes com covid longa

Foto de Milad Fakurian na Unsplash

 

Cientistas alemães do Hospital Universitário de Freiburg utilizam nova técnica de ressonância magnética para revelar diferenças na microestrutura cerebral

 

Uma pesquisa conduzida por cientistas do Hospital Universitário de Freiburg, na Alemanha, apresenta descobertas inéditas sobre a Covid longa, condição que afeta pessoas que não se recuperam completamente dos sintomas da Covid-19 mesmo após a fase aguda da infecção. Os resultados do estudo, apresentados no encontro anual da Sociedade de Radiologia da América do Norte (RSNA), em Chicago, revelam diferenças na microestrutura cerebral de pacientes com Covid longa em comparação com aqueles que se recuperaram completamente.

A Covid longa, caracterizada por sintomas persistentes como confusão mental, dificuldade de concentração, fadiga e anosmia, afeta de 10% a 25% dos pacientes e pode se estender por meses ou anos após a infecção inicial.

O estudo utilizou uma técnica avançada de ressonância magnética chamada Imageamento de Microestrutura por Difusão (DMI), que é mais sensível para detectar mudanças na estrutura cerebral. As imagens resultantes revelaram padrões específicos de alterações na microestrutura cerebral em diferentes regiões para pacientes com Covid longa e para aqueles que se recuperaram da doença. Não foram observadas perdas de volume ou outras lesões relacionadas aos sintomas da Covid longa.

A pesquisa envolveu 173 participantes, divididos em três grupos: pacientes com Covid longa (89), pacientes que se recuperaram da Covid-19 (38) e pessoas saudáveis sem histórico da doença (46). Os cientistas identificaram alterações na matéria cinzenta em ambos os grupos de pacientes, sugerindo uma base patofisiológica para a síndrome.

Os resultados também destacaram redes cerebrais afetadas associadas a sintomas específicos da Covid longa, como anosmia, fadiga e problemas cognitivos. Os pesquisadores planejam acompanhar os participantes para avaliar sintomas contínuos e mudanças na microestrutura cerebral, buscando uma compreensão mais aprofundada da Covid longa e suas implicações no cérebro humano.