29 de novembro marca o Dia de Solidariedade à Palestina em meio à escalada do conflito no Oriente Médio
Em 1977, dias após condenar a ocupação militar de Israel nos territórios palestinos, a Assembleia-Geral da ONU aprovou a resolução 32/40 B, criando o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, a ser comemorado todo 29 de novembro. Em meio à atual escalada do conflito no Oriente Médio, diversas cidades no Brasil e no mundo recordarão a data.
O 29 de novembro coincide com a aprovação, em 1947, da resolução 181 da ONU, que recomendou a partilha da Palestina entre judeus e árabes. Trinta anos depois, em 1977, os palestinos ainda não tinham um Estado e enfrentavam 10 anos sob ocupação militar israelense. A ONU criou o Dia de Solidariedade para expressar apoio ao povo palestino nesse contexto.
A resolução destaca a necessidade de dar “maior divulgação possível de informações sobre os direitos inalienáveis do povo palestino e sobre os esforços das Nações Unidas para promover a realização desses direitos”.
O professor de História da UFF, Bernardo Kocher, destaca que a criação da data ocorreu devido ao apagamento que a questão palestina sofreu após a criação do Estado de Israel. Cerca de 750 mil palestinos foram forçados a deixar suas terras e mais de 500 aldeias foram destruídas.
Entre as ações da ONU, a Resolução 194, de 1948, autorizou o retorno dos palestinos às suas terras, mas nunca foi cumprida. A Resolução 242, de 1967, determinou a retirada das forças israelenses dos territórios ocupados, mas a construção de assentamentos continuou.
O informe de outubro da relatora especial da ONU, Francesca Albanese, destaca violações de direitos humanos sofridas por crianças palestinas, especialmente devido a prisões arbitrárias.
No Dia de Solidariedade à Palestina, a luta e a resistência do povo palestino são lembradas, enquanto a comunidade internacional busca soluções para um conflito que perdura por décadas.