Ministro do Trabalho Descarta Efeitos Positivos de Desonerações Setoriais para o Emprego

© Valter Campanato/Agência Brasil

 

Luiz Marinho afirma que desonerações focalizadas não contribuem para a geração de empregos e destaca importância de uma economia sistêmica

 

 

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, declarou nesta terça-feira (28) que as desonerações direcionadas a setores específicos não têm o potencial de gerar empregos para o país. Em uma coletiva de imprensa que anunciou os números do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Marinho foi questionado sobre os impactos do veto presidencial a um projeto de lei que estenderia benefícios a 17 setores intensivos em mão de obra.

Marinho expressou um ponto de vista contrário à ideia de desonerações setoriais no atual momento, enquanto o Congresso Nacional está em processo de implementação de um plano para a reforma tributária.

“É preciso, na reforma tributária, buscar e planejar de tal forma que dê solução para o conjunto da economia e, nesse bojo, observar setores que eventualmente necessitem de uma atenção além. Agora, escolher setores com a justificativa [apresentada] de geração de empregos, eu não acredito. O que gera empregos não é salário menor deste ou daquele setor, nem é incentivo fiscal para este ou aquele setor. O que gera emprego maior é a economia estar demandando mais produção”, argumentou o ministro.

Marinho destacou que empresas não tomam decisões de contratação ou demissão com base em incentivos isolados. Ele também desacreditou na eficácia de incentivos específicos para a contratação de jovens, alertando que isso pode levar à substituição de mão de obra existente, em vez de gerar novos empregos.

O ministro comparou a discussão atual com o que ocorreu durante a reforma trabalhista durante o governo Temer, onde promessas de criação massiva de empregos resultaram na precarização do trabalho. Marinho enfatizou a importância de uma abordagem holística para o crescimento econômico, rejeitando medidas pontuais que não abordam os desafios sistêmicos.