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Tesouro Direto registra volume de vendas em meio a desafios no mercado financeiro
O Tesouro Nacional divulgou que as vendas de títulos públicos a pessoas físicas pela internet totalizaram R$ 3,199 bilhões em setembro. Embora o valor tenha registrado uma queda de 12,6% em relação a agosto, o desempenho permaneceu praticamente estável em comparação com setembro do ano anterior.
O recorde mensal histórico do Tesouro Direto ocorreu em março deste ano, quando as vendas alcançaram a marca de R$ 6,842 bilhões. Entretanto, setembro foi marcado por significativas turbulências no mercado financeiro global, o que impactou o interesse de alguns investidores.
Os títulos mais demandados pelos investidores durante o mês de setembro foram aqueles corrigidos pela Taxa Selic (juros básicos da economia), representando 64,4% do total das vendas. Os títulos vinculados à inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) responderam por 20,5% das vendas, enquanto os títulos prefixados, com taxas definidas no momento da emissão, contribuíram com 10,4% do volume de vendas.
O Tesouro Renda+, lançado no início do ano com o objetivo de financiar aposentadorias, representou 3,9% das vendas. Já o novo título Tesouro Educa+, voltado para criar uma poupança para o ensino superior, atraiu apenas 0,9% das vendas em seu segundo mês de disponibilidade.
A preferência por títulos vinculados à Taxa Selic é explicada pelo atual patamar elevado da própria Taxa Selic. A partir de setembro de 2022, o Banco Central iniciou um ciclo de elevação da Selic, que passou de 2% ao ano, o nível mais baixo da história, para 13,75% ao ano, onde se manteve até setembro deste ano. Apesar das recentes reduções na taxa, que a situaram em 12,75% ao ano, as taxas continuam atraentes.
Com a alta das vendas superando os resgates em R$ 1,74 bilhão no mês de setembro, o estoque total do Tesouro Direto atingiu R$ 123,35 bilhões, representando um aumento de 2,5% em relação ao mês anterior. Além disso, houve um crescimento de 42,1% em relação a setembro do ano anterior.
O número total de investidores ativos no Tesouro Direto alcançou 2.403.490, um aumento de 15% nos últimos 12 meses. Os pequenos investidores, com aplicações de até R$ 5 mil, contribuíram com 84,6% do total de 586.365 operações de vendas em setembro. As aplicações de até R$ 1 mil representaram 63,1% dessas operações, com um valor médio por operação atingindo R$ 5.455,25.
Os investidores demonstraram preferência por papéis de médio prazo, com vendas de títulos com prazos de 1 a 5 anos representando 33,4% do total, e aqueles com prazos de 5 a 10 anos respondendo por 49,3% das vendas. Os papéis com prazos superiores a dez anos corresponderam a 17,3% das vendas.
O Tesouro Direto, criado em janeiro de 2002, tem como objetivo popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas possam adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional via internet, sem a necessidade de intermediários. Os aplicadores pagam apenas uma taxa semestral para a B3, a bolsa de valores brasileira, que custodia os títulos. A venda de títulos públicos é uma das formas que o governo utiliza para captar recursos e cumprir seus compromissos financeiros.
