Indústria da aviação explora novos horizontes com aeronaves de “corpo e asa combinados”

A JetZero espera ter seu avião em serviço até 2030 / JetZero

 

A indústria da aviação comercial, que manteve em grande parte o mesmo design básico de aeronaves por décadas, agora está considerando uma mudança radical em busca de reduzir as emissões de carbono. O foco está em um novo conceito de aeronave conhecido como “corpo e asa combinados”. Este design lembra o usado por aeronaves militares, como o bombardeiro B-2, mas com uma asa mista que tem mais volume na seção intermediária. Grandes players da indústria, incluindo Boeing, Airbus e a californiana JetZero, estão explorando esta ideia inovadora.

A JetZero, em particular, está se destacando com uma meta ambiciosa de colocar em serviço uma aeronave de asa combinada até 2030, que promete uma redução significativa nas emissões de carbono. Tom O’Leary, cofundador e CEO da JetZero, afirma que essa abordagem pode resultar em uma queima de combustível e emissões até 50% menores em comparação com aeronaves tradicionais. No entanto, há desafios técnicos a serem superados, incluindo a pressurização de uma fuselagem não cilíndrica.

Embora o conceito de asa combinada não seja novo, os avanços em materiais e tecnologia de motores agora tornam possível considerá-lo novamente. Este design permite uma maior eficiência de combustível e áreas de carga útil maiores, mas também apresenta desafios aerodinâmicos, regulatórios e de infraestrutura aeroportuária.

Embora as reivindicações de redução de combustível da JetZero ainda precisem ser completamente validadas, analistas da indústria veem o conceito como promissor e revolucionário. No entanto, reconhecem que a entrada em serviço até 2030 pode ser uma meta desafiadora devido à complexidade do projeto e aos requisitos de teste e certificação.

A indústria da aviação está buscando maneiras inovadoras de reduzir seu impacto ambiental, e o design de asa combinada pode ser um passo significativo na direção certa. A competição e a colaboração entre empresas e reguladores serão essenciais para transformar essa visão em realidade e abrir novos horizontes para a aviação comercial.