Neste Dia dos Pais, conheça a história de homens que, com a ajuda dos benefícios sociais do governo, criam os filhos com dignidade e amor
Dizem que ser pai é uma jornada de muito aprendizado, repleta de adversidades e uma série de descobertas. É em uma casinha humilde na região do Café sem Troco, área rural do Paranoá, que esse sentimento transborda. Há pouco mais de dez anos, o autônomo Edmilson Martins, 54, ficou viúvo e passou a assumir a criação solo da filha Nikolly Brenda, com 5 anos à época. De lá para cá, ele presenciou todos os sentimentos e desafios da paternidade sem a presença da mãe.
“No início fiquei muito preocupado, pois precisava trabalhar, e quem ia cuidar dela? Mas, graças a Deus, tive apoio dos meus vizinhos e familiares, não queria deixá-la nas mãos de qualquer um. Ela ficava com uma vizinha que gostava muito dela e alguns familiares, mas eu sempre ia buscar. Não foi fácil, mas é maravilhoso”, conta Edmilson.
Edmilson é só elogios para a filha, agora com 15 anos. Ele conta que tem preparado a jovem para o mundo. “Ser pai da Nikolly é a coisa mais maravilhosa. Ensino a ela tudo o que fazer em casa e na vida. Eu sempre falo para ela que sou o pai, o amigo e o confidente e que ela precisa me contar tudo que acontece com ela”, completa.
Nikolly reconhece todo o empenho do pai e declara o amor pelo genitor. “Sem ele eu não seria nada, talvez eu estivesse perdida no mundo. Meu pai é tudo para mim, me dá conselho e me ajuda. Às vezes, não ter uma presença feminina em casa é difícil, mas minhas vizinhas que têm a mesma idade que eu me ajudam com as coisas das meninas. Eu amo muito meu pai”, declara a jovem.
Benefícios recebidos
Apesar de serem minorias entre os beneficiários dos programas sociais do Governo do Distrito Federal, os pais solo estão presentes nas políticas públicas socioassistenciais do GDF, desenvolvidas pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).
“Hoje a Sedes atende, com benefícios socioassistenciais, um quantitativo de mais de seis mil pais solo. Para eles acessarem os benefícios, basta que se enquadrem nos critérios e prioridades definidos em lei. Por exemplo, uma prioridade, na maioria dos nossos benefícios, é a família com crianças de até 6 anos. Se esse pai solo é a referência familiar, ele atende a esta prioridade”, afirma o subsecretário de Assistência Social, Coracy Chavante.
Entre os benefícios concedidos após atendimento socioassistencial nas unidades do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) estão Cartão Prato Cheio, Cartão Gás, Bolsa Família e DF Social, além dos auxílios natalidade, por morte, para pessoas em situação de vulnerabilidade temporária e em situação de desastre ou calamidade pública.
“Ser pai foi o meu sonho, sempre cuidei das minhas filhas e assim fomos vivendo. Hoje, crio meu neto; sou pai duas vezes e amo meu pequeno”Getúlio Barbosa de Oliveira
Chavante explica que as ações são importantes para a inclusão do pai no cuidado das crianças e, principalmente, na segurança de renda concedida pelos benefícios. “As ações são desde a transferência de renda, atendimento socioassistencial, visando fortalecer a perspectiva protetiva desse homem para o cuidado com os outros entes familiares, crianças, idosos e toda composição familiar. O Prato Cheio e o Cartão Gás fortalecem a capacidade dele de sustentar a família”, ressalta.
Edmilson é beneficiário dos programas Prato Cheio, DF Social e Vale Gás para complementar a renda familiar de menos de um salário mínimo. “Estou desempregado, e minha filha recebe metade de um salário mínimo de pensão pela morte da mãe. Os benefícios me ajudam a comprar alimento para casa, pagar uma conta; se não fossem eles, fico seria para manter os cuidados da minha filha”, frisa.
Pai solo também, o morador de Santa Maria Getúlio Barbosa de Oliveira, 55, foi abandonado pela esposa, que o deixou com duas filhas – uma de 3 anos e outra com um ano e meio -, e foram os auxílios do GDF que o ajudaram no amparo e sustento das filhas, além da na criação de um neto de 6 anos.
“Recebo atualmente o Cartão Gás, o DF Social, que me ajuda a pagar uma conta de água e luz. Hoje meu gás acabou e eu não tinha R$ 1 no bolso, e sem ele não compraria. O Cartão Material Escolar também me ajudou a comprar as coisas para a escola do meu neto. Faço um bico aqui e ali e vou juntando para ajudar no pagamento das minhas contas”, conta Getúlio.
Responsável pela criação do pequeno Kalleb Miguel, ele declara a sensação da paternidade: “Ser pai foi o meu sonho, sempre cuidei das minhas filhas e assim fomos vivendo. Hoje, crio meu neto; sou pai duas vezes e amo meu pequeno”.
Com informações da Agência Brasília