Adolescentes buscam diagnósticos de saúde mental nas redes sociais, preocupando especialistas e pais

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As redes sociais, como TikTok e Instagram, têm sido uma fonte popular de entretenimento, receitas e notícias mais leves para muitos usuários. No entanto, alguns adolescentes têm usado essas plataformas para pesquisar vídeos sobre diagnósticos de saúde mental, o que tem causado preocupação entre especialistas e pais.

Um exemplo disso é Erin Coleman, cuja filha de 14 anos começou a se identificar com criadores de conteúdo sobre saúde mental nas redes sociais. A adolescente passou a autodiagnosticar-se com uma série de condições, como transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), depressão, autismo, misofobia (medo extremo de sujeira e germes) e agorafobia (medo de sair de casa). Após realizar testes de saúde mental e consultar especialistas, sua filha foi diagnosticada apenas com ansiedade severa, mas ainda insiste que possui outras condições.

Essa tendência de autodiagnóstico de saúde mental nas redes sociais tem preocupado pais, terapeutas e conselheiros escolares. Os adolescentes estão recorrendo cada vez mais às plataformas sociais em busca de orientação, recursos e apoio para sua saúde mental, bem como para encontrar condições que acreditam que correspondem às suas.

Os adolescentes encontram criadores de conteúdo que discutem suas próprias condições de saúde mental e sintomas, além de postagens com listas de verificação de sintomas para ajudá-los a decidir se atendem aos critérios de diagnóstico. Embora a internet seja uma fonte importante de informação e apoio, o autodiagnóstico pode levar a rotulagem incorreta, isolamento social e dificuldade em buscar ajuda profissional adequada.

Especialistas têm observado um aumento preocupante no autodiagnóstico entre adolescentes, especialmente com condições como TDAH, transtorno do espectro autista e transtorno dissociativo de identidade. Além disso, alguns adolescentes tendem a se identificar demasiadamente com um rótulo ou diagnóstico, o que pode afetar negativamente sua percepção de si mesmos e suas interações sociais.

As plataformas de mídia social têm tentado abordar essas preocupações, como permitir que os usuários definam intervalos de tempo de tela regulares e filtrar conteúdos com palavras ou hashtags específicas. No entanto, mais medidas são necessárias para garantir que os adolescentes tenham acesso a informações confiáveis e suporte adequado.

Os pais também desempenham um papel crucial ao monitorar o uso das redes sociais por seus filhos e fornecer orientação sobre o uso responsável da internet. Conscientização sobre saúde mental e acesso a serviços de saúde mental adequados são essenciais para garantir o bem-estar dos adolescentes.

Embora as redes sociais possam fornecer informações úteis e comunidade de apoio, é importante que os adolescentes busquem ajuda profissional e qualificada para obter um diagnóstico preciso e um tratamento adequado para suas condições de saúde mental. O acesso a terapeutas e psiquiatras é fundamental para ajudar os adolescentes a lidar com suas emoções e desafios de maneira saudável e equilibrada.