Na ocasião, Quinan ressaltou que essa visita é uma demonstração clara, concreta e inequívoca da atenção que o poder público dá para as crianças portadoras do espectro autista. Segundo ele, “o Estado sinaliza, com olhos bastante zelosos, para aquilo que diz respeito às necessidades e à oferta dos serviços públicos. Quero parabenizar especialmente a todos que estão envolvidos nesse processo, que ombrearam esforços para que esse centro se tornasse realidade, e obviamente me colocar à disposição para aquilo que for necessário”.
Já o deputado George Morais, que também é médico, disse que “existe uma expectativa de que, nos próximos anos, 1% da população seja acometida pelo autismo, e isso me preocupa muito. Já fizemos reuniões, inclusive com a presença da deputada Flávia Morais (PDT), e hoje estou aqui para conhecer esse trabalho. Quer seja através desse instituto ou através de outro, também queremos levar esse trabalho para vários municípios de Goiás. É urgente a gente buscar conhecimento, pois somente através do conhecimento podemos dar passos concretos para poder enfrentar o autismo”.
Autismo no centro da discussão
Durante a visita, o diretor do Instituto Clínica Teia Agir, Lucas Paula, ressaltou que um pequeno projeto está sendo plantado para que inúmeras crianças possam ser assistidas por equipes multidisciplinares dentro da metodologia de Análise Aplicada do Comportamento (ABA), internacionalmente utilizada no atendimento às crianças portadoras do espectro autista. Além dos pacientes, a família também é assistida e recebe o que se denomina ‘treino parental’, sendo preparada para lidar com a criança autista.
“Há quatro anos, nasceu esse projeto de uma unidade para atenção às crianças com o espectro autista, que foi trabalhado pela Agir, instituição filantrópica presente na sociedade civil que já atua na gestão de aparelhos. A ideia é levar todos os serviços desta unidade para diversas outras que ainda deverão ser implantadas em municípios pólos do Estado. Nessa unidade, atendemos 120 crianças e queremos atender, pelo menos, 1.200 portadores do autismo quando todas estiverem implantadas”, falou Paula.
Na oportunidade, Letícia Amaral, que representava as mães de autistas, disse que era uma grande honra estar diante de autoridades que têm o poder de transformar vidas. “Estudos mostram que, em 10 anos, toda família deverá ter um autista. E infelizmente, nas famílias com autistas, devido às inúmeras dificuldades, são muito comuns os quadros de depressão, suicídio, divórcio e abandon. São realidades duras vividas por famílias autistas”, pontuou.
Ela afirmou ainda que “esta inauguração pode ser não só a concretização de um sonho, mas a solução para o tratamento do autismo. E graças ao senador Kajuru, o super-herói dos autistas aqui em Goiás, esse sonho está se tornando realidade”. Ao final, ela entregou orquídeas azuis, cor símbolo do autismo, ao senador Kajuru, ao governador Ronaldo Caiado e, ainda, à ministra Nísia Trindade.
O senador Kajuru revelou que Goiás, brevemente, deverá atender todas as crianças autistas existentes no Estado, por meio de um atendimento de excelência. Ele disse que vai empenhar suas emendas nesse projeto e anunciou também que tem a pretensão de buscar conhecer, em outros países, unidades que já são referência. A primeira a ser visitada, segundo ele, será uma unidade em Atlanta, considerada uma das melhores do mundo nesse tipo de atendimento.
Em seu discurso, o líder de bancada do PSB, na Câmara Federal, emocionou o governador Ronaldo Caiado, ao anunciar que esta unidade levará o nome do filho do governador, Ronaldo Caiado Filho, falecido ano passado. Ele também propagou que, além da Capital, as primeiras cidades a terem esses institutos serão Aparecida, Trindade e Anápolis.
Por sua vez, o governador primeiro agradeceu o gesto do senador Kajuru de eternizar o nome do seu filho e, em seguida, falou do empenho do senador Kajuru, que tem trazido para Goiás muitas emendas para a área da saúde. “Como médico que sou, parabenizo a destinação das suas emendas, por apoiar o centro de diagnósticos de diabetes, o complexo oncológico para tratamento de câncer infantil, o autismo e ainda recursos para o custeio de alta complexidade em Goiás. Por fim, ele se referiu à ministra Nísia Trindade dizendo que ela chegou ao ministério por competência e reconhecimento da classe médica de todo o País.
Nísia Trindade foi breve em sua fala, ao lembrar que “é nos municípios que o cidadão precisa ter acesso à saúde. Não dá mais para colocar esse tema, como um tema de menor importância. Esperemos que a maioria dos cidadãos tenha conhecimento sobre o que é o autismo. O Ministério da Saúde também vai se empenhar nesse sentido. Na minha comitiva temos representantes que já têm o Transtorno do Espectro Autista (TEA) como prioridade”, afirmou.
E continuou: “O Ministério da Saúde vem avançando nesse sentido. A experiência deste Instituto Teia Agir, que pretende ser modelo para todo o Brasil, será fundamental para que a gente possa pensar nos próximos passos a serem seguidos em nível nacional. Saíra daqui a inspiração para que o Ministério da Saúde possa ampliar o atendimento ao autismo em nível nacional”, concluiu.
