Mercado brasileiro de chocolates registra crescimento na produção e empregos

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Setor comemora o Dia Mundial do Chocolate com perspectivas promissoras

 

 

O mercado brasileiro de chocolates está vivenciando um cenário promissor, tanto em termos de produção e exportação quanto na geração de empregos. De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), a indústria de chocolates é responsável por cerca de 23 mil empregos diretos, destacando sua importância para o mercado de trabalho. Essa comemoração ocorre no Dia Mundial do Chocolate, celebrado pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) nesta sexta-feira (7).

Um levantamento realizado pela Abicab, em parceria com a Consultoria KPMG, revelou um crescimento de 9,8% na produção de chocolates no primeiro trimestre de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O volume atingiu a marca de 219 mil toneladas. Em 2022, a produção totalizou 760 mil toneladas, representando um aumento de 8% em relação a 2021.

A Abicab destacou que o Brasil é um dos poucos países que possui toda a cadeia produtiva de chocolates, desde a produção de amêndoas de cacau até as indústrias responsáveis pela fabricação do produto final. Essa integração possibilita uma produção de alta qualidade, apreciada tanto no consumo nacional quanto no internacional.

No que diz respeito ao consumo, o Brasil registrou um aumento no consumo per capita de chocolates. Em 2022, o consumo atingiu 3,6 kg por pessoa, em comparação com 3,2 kg per capita em 2021. A Abicab avalia que o consumo nacional continua crescendo anualmente, mas ainda há um grande mercado a ser explorado. Os fatores favoráveis para esse crescimento são o aumento da renda e a redução do desemprego, que ampliam o poder de compra da população.

Em comparação com outros países, os europeus são os que apresentam maior consumo per capita de chocolate, liderados pela Estônia, com 8,5 kg por pessoa, seguido pela Alemanha (8,4 kg), Áustria (8 kg) e Suíça (7,9 kg).

A Abicab enfatizou que as indústrias de chocolates investem constantemente em inovação e estão empenhadas na melhoria contínua de seus processos produtivos e portfólio para oferecer produtos de qualidade. Elas disponibilizam uma ampla variedade de produtos, incluindo diferentes tamanhos, porções menores e atendendo a demandas específicas dos consumidores, como opções sem açúcar, diferentes intensidades de cacau e produtos sem lactose. A entidade também ressaltou que mantém contato permanente com órgãos governamentais e outras entidades para trabalhar em conjunto em prol do setor.

Quanto às exportações, o Brasil é reconhecido internacionalmente como produtor de chocolates de qualidade. Atualmente, os produtos brasileiros são exportados para 135 países, com destaque para Argentina, Chile e Paraguai, segundo dados do ComexStat. Em 2022, as exportações totalizaram 35,8 mil toneladas, correspondendo a US$ 141,3 milhões. No primeiro semestre de 2023, já foram exportadas 17,5 mil toneladas, correspondendo a US$ 71,8 milhões.

Um levantamento do Instituto Kantar, feito para a Abicab, apontou um crescimento de 16,2% no faturamento do setor de chocolates em 2022, em comparação ao ano anterior. O principal fator para esse resultado positivo é o aumento do consumo fora de casa, apesar do crescimento também ser registrado no consumo dentro de casa. Ambas as modalidades de consumo contribuíram para o aumento no volume e no valor arrecadados pelo setor.

Quanto aos benefícios do consumo de chocolates para a saúde, a Abicab destacou estudos que evidenciam a presença de compostos fenólicos, proteínas, fibras e polifenóis nos chocolates. Esses componentes estão relacionados ao bem-estar e são considerados alimentos que fornecem estímulos sensoriais positivos. A entidade reforçou a importância do consumo responsável e consciente, sempre dentro do contexto de uma dieta equilibrada e associada a hábitos alimentares saudáveis e à prática de exercícios físicos.

Apesar das perspectivas positivas, a indústria de cacau brasileira enfrenta desafios, especialmente relacionados à importação de amêndoas de cacau de outros países, como da Costa do Marfim, na África. Os produtores nacionais alegam que essa importação representa riscos fitossanitários para o Brasil. Por outro lado, a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) defende que os critérios para importação são definidos pelo Ministério da Agricultura e que todas as análises exigidas são realizadas para garantir a segurança do produto importado.