
Nesta sexta-feira (16), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu tornar públicas as mensagens apreendidas pela Polícia Federal (PF) no celular do coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A medida foi tomada após a revista Veja publicar as conversas, que indicam a possível preparação de um golpe de Estado.
Segundo o relatório de investigação da Polícia Federal, as mensagens revelam que Cid reuniu documentos com o intuito de fornecer suporte jurídico à execução do golpe. O relatório menciona que Cid compilou estudos sobre a atuação das Forças Armadas para garantir os poderes constitucionais e a Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Os documentos abordam a possibilidade de emprego das Forças Armadas em situações excepcionais para assegurar o funcionamento independente e harmônico dos Poderes da União, mediante determinação do Presidente da República.
As mensagens também revelam que Cid compartilhou um documento com instruções para declarar Estado de Sítio diante de “decisões inconstitucionais do STF”.
A investigação da PF identificou ainda que outro ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Luis Marcos dos Reis, esteve presente no acampamento montado no ano passado em frente ao quartel do Exército em Brasília. Além disso, ele participou dos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro.
O relatório destaca ainda uma conversa entre Mauro Cid e o coronel do Exército Jean Lawand, no dia 1° de dezembro do ano passado, na qual Lawand escreve: “Cidão, pelo amor de Deus, faz alguma coisa. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente [Bolsonaro] vai ser preso, E, pior, na Papuda”. Cid respondeu afirmando que o presidente não pode dar uma ordem se não confiar no Alto Comando do Exército.
Cid está preso desde 3 de maio por determinação do ministro Moraes, sob a acusação de falsificar o cartão de vacinação de Bolsonaro e seus familiares. Durante as investigações desse caso, a PF encontrou as mensagens divulgadas pelo ministro.
A defesa de Mauro Cid afirmou à Agência Brasil que as manifestações defensivas serão feitas somente no processo em andamento no STF. A reportagem entrou em contato com o comando do Exército e aguarda retorno