Ministério da Saúde cobra ação do CFM contra médicos antivacinas

Movimentação de idosos no posto da 612 Sul para Vacinação contra Influenza

 

Diretor da pasta critica falta de atitude da entidade e ressalta parcerias com outras entidades médicas para recuperação da cobertura vacinal no Brasil

 

 

 

O diretor do Departamento de Imunizações do Ministério da Saúde, Éder Gatti, criticou a falta de ação do Conselho Federal de Medicina (CFM) em relação aos médicos antivacinas. Durante a coletiva de imprensa para divulgação do relatório ‘Situação Mundial da Infância 2023: Para cada criança, vacinação’, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Gatti afirmou que tem cobrado uma mudança de postura do CFM e espera estabelecer um diálogo com a entidade para que exerça sua função de fiscalizar e garantir o exercício adequado da medicina.

Além disso, Éder Gatti destacou que a pasta tem firmado parcerias com outras entidades médicas para recuperar o índice de cobertura vacinal e reverter a queda no número de crianças sem imunização apontada pelo Unicef. O Ministério da Saúde, a Associação Médica Brasileira (AMB), a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e outras entidades científicas anunciaram uma ação conjunta para apoiar a recuperação da cobertura vacinal no Brasil.

Por sua vez, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente da pasta, Ethel Maciel, afirmou que grupos antivacinas mobilizados em redes sociais, como o Telegram, estão sendo monitorados. Segundo Ethel, um estudo do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), sobre o tema será publicado em breve. Investigações indicam que grupos virtuais vinculam o movimento antivacina no Brasil à circulação de mensagem de ódio e neonazistas.

Em resposta à crítica do Ministério da Saúde, o Conselho Federal de Medicina informou, em nota, que considera importante o papel das vacinas na prevenção de doenças, mas também ressaltou que a ampla maioria dos mais de 550 mil médicos compartilha desse entendimento, considerando posicionamentos contrários como exceções. O CFM ainda detalhou as ações que adotou para orientar pacientes sobre a importância da imunização, combater fake news ou boatos e como deve ser feita a apresentação de denúncias a profissionais no Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado onde teria ocorrido suposta irregularidade.