
Diretor da pasta critica falta de atitude da entidade e ressalta parcerias com outras entidades médicas para recuperação da cobertura vacinal no Brasil
O diretor do Departamento de Imunizações do Ministério da Saúde, Éder Gatti, criticou a falta de ação do Conselho Federal de Medicina (CFM) em relação aos médicos antivacinas. Durante a coletiva de imprensa para divulgação do relatório ‘Situação Mundial da Infância 2023: Para cada criança, vacinação’, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Gatti afirmou que tem cobrado uma mudança de postura do CFM e espera estabelecer um diálogo com a entidade para que exerça sua função de fiscalizar e garantir o exercício adequado da medicina.
Além disso, Éder Gatti destacou que a pasta tem firmado parcerias com outras entidades médicas para recuperar o índice de cobertura vacinal e reverter a queda no número de crianças sem imunização apontada pelo Unicef. O Ministério da Saúde, a Associação Médica Brasileira (AMB), a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e outras entidades científicas anunciaram uma ação conjunta para apoiar a recuperação da cobertura vacinal no Brasil.
Por sua vez, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente da pasta, Ethel Maciel, afirmou que grupos antivacinas mobilizados em redes sociais, como o Telegram, estão sendo monitorados. Segundo Ethel, um estudo do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), sobre o tema será publicado em breve. Investigações indicam que grupos virtuais vinculam o movimento antivacina no Brasil à circulação de mensagem de ódio e neonazistas.
Em resposta à crítica do Ministério da Saúde, o Conselho Federal de Medicina informou, em nota, que considera importante o papel das vacinas na prevenção de doenças, mas também ressaltou que a ampla maioria dos mais de 550 mil médicos compartilha desse entendimento, considerando posicionamentos contrários como exceções. O CFM ainda detalhou as ações que adotou para orientar pacientes sobre a importância da imunização, combater fake news ou boatos e como deve ser feita a apresentação de denúncias a profissionais no Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado onde teria ocorrido suposta irregularidade.