Atletas falam da rotina de treinos em locais como Fiji e Taiti
Atletas de todo o mundo buscaram diferentes maneiras e lugares para superar a pandemia do novo coronavírus (covid-19) e se prepararem para os Jogos de Tóquio, mas os surfistas Brisa Hennessy e Michel Bourez, sem dúvida, encontraram alguns dos melhores.
Enquanto vários atletas treinam em piscinas de quintal ou transformaram porões apertados em salas de musculação, Hennessy e Bourez, que se classificaram provisoriamente para os Jogos de Tóquio, fugiram para o paraíso.
Hennessy, uma autodenominada nômade da Costa Rica, escapou para uma pequena ilha em Fiji, enquanto Bourez, que surfa pela França, se abrigou no Taiti, na preparação para a Olimpíada, que foi adiada em um ano, para julho de 2021, por causa da pandemia.
“Durante a pandemia estávamos na Austrália e meu pai disse: vou reservar um voo, temos que sair daqui, precisamos voltar para Fiji e precisamos fazer isso agora”, disse Hennessy em entrevista sobre o surfe olímpico promovida pela International Surfing Association nesta quinta-feira (14).
Para Hennessy, a mudança foi uma oportunidade para recarregar sua “mente, corpo e alma” e surfar todos os dias, lembrando porque ela se apaixonou pelo esporte, ao qual foi apresentada desde cedo por pais que são instrutores de surfe.
Segundo a costarriquenha de 21 anos, muitos de seus colegas surfistas terão sido inundados pela mesma onda de energia e estarão ainda mais preparados para Tóquio, onde o surfe fará sua estreia olímpica.
“Isso me deu uma maior apreciação do que sou capaz de fazer como atleta”, declarou Hennessy. “Acredito que os atletas voltarão e ser mais talentosos, mais apaixonados. Vão estar mais motivados”, disse.
Apesar do raro luxo de passar um tempo em casa com sua família, Bourez não encontrou a mesma conexão, e o veterano de 35 anos se sentiu perdido.
“Foi a primeira vez nos últimos 15 anos que passei um ano inteiro em casa, então, para mim, foi incrível e difícil ao mesmo tempo”, afirmou Bourez.
“Eu tenho minha esposa, meus dois filhos em casa e era estranho para eles também me verem todos os dias, mas estava meio que perdendo a cabeça. Em um certo ponto não sabia para onde estava indo, não tinha mais paixão. Eu estava tipo ok, estou acordando para quê?”, disse.
O novo ano, porém, trouxe propósito renovado.
“O fogo ainda está muito acesso”, declarou Bourez. “Já esperamos quase dois anos só para poder competir nos Jogos […]. Quando estou no circuito, basicamente surfo para mim mesmo, depois o Taiti e a França, e agora estou 100% focado em surfar pela França”, concluiu.(agenciabrasil)