O acirramento da crise econômica ceifou o emprego de 8,9 milhões de brasileiros entre os meses de abril e junho — ciclo que compreende o pior momento da pandemia do novo coronavírus —, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quinta-feira, 6.
A taxa de desemprego no Brasil no trimestre encerrado em junho chegou a 13,3%, um recorde para o período. Ao todo, o país soma 12,8 milhões de pessoas desocupadas. No trimestre encerrado em maio, o nível era de 12,9%, totalizando 12,7 milhões de pessoas.A população empregada no segundo trimestre de 2020 é de 83,3 milhões de pessoas, o menor nível desde o início da série histórica iniciada em 2012.
O índice é 9,6% menor — 8,9 milhões de pessoas a menos — em comparação com o trimestre anterior, e representa retração de 10,7% com o mesmo período do ano passado, ou 10 milhões de pessoas a menos. As duas quedas também representam recordes da série, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo Adriana Beringuy, analista do levantamento, a taxa de desemprego subiu por causa da redução da força de trabalho, que soma pessoas ocupadas e desocupadas.
“Essa taxa é fruto de um percentual de desocupados dentro da força de trabalho. Então como a força de trabalho sofreu uma queda recorde de 8,5% em função da redução no número de ocupados, a taxa cresce percentualmente mesmo diante da estabilidade da população desocupada”, explica. O encolhimento do mercado de trabalho é um dos principais reflexos dos efeitos da pandemia na economia real.
Mais de 1,2 milhão de postos de trabalho foram fechados no primeiro semestre, o maior corte para o período desde o início da série histórica, em 1992, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério da Economia.