
Índice acumula alta de 4,41% em 12 meses; passagens aéreas lideram pressões no mês, enquanto alimentos seguem em queda no domicílio
A prévia da inflação oficial de dezembro registrou variação de 0,25%, fazendo com que o acumulado em 12 meses do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) alcançasse 4,41%, dentro do limite de tolerância da meta estabelecida pelo governo. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Este é o segundo mês consecutivo em que a inflação acumulada permanece dentro da margem permitida. Em novembro, o índice havia recuado para 4,5%, após ter ficado acima do teto da meta desde janeiro. O pico do período ocorreu em abril, quando o IPCA-15 chegou a 5,49%.
De acordo com o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (22), a expectativa do mercado financeiro é que a inflação oficial encerre 2025 em 4,33%, também dentro do intervalo de tolerância da meta. Ainda assim, o fato de a inflação ter permanecido elevada durante a maior parte do ano motivou o Comitê de Política Monetária (Copom) a elevar a taxa básica de juros para 15% ao ano, o maior nível desde julho de 2006. O objetivo da medida é conter a demanda e frear a alta dos preços, embora o juro elevado também desestimule investimentos e a geração de empregos.
No recorte de dezembro, seis dos nove grupos de bens e serviços pesquisados apresentaram alta, com destaque para Transportes (0,69%), Vestuário (0,69%) e Despesas pessoais (0,46%). O grupo Transportes exerceu o maior impacto sobre o índice, impulsionado principalmente pela alta expressiva das passagens aéreas, que subiram 12,71%, a maior influência entre todos os itens pesquisados. Também contribuíram para a elevação os preços do transporte por aplicativo, com alta de 9%, e dos combustíveis, que avançaram 0,26%.
O grupo Alimentação e bebidas, de maior peso no orçamento das famílias, apresentou alta de 0,13% no mês. No entanto, a alimentação no domicílio recuou 0,08%, marcando o sétimo mês consecutivo de queda nos preços da comida em casa. Entre os itens que ajudaram a reduzir o custo estão o tomate (-14,53%), o leite longa vida (-5,37%) e o arroz (-2,37%).
No acumulado de 2025, o grupo Habitação foi o que mais pesou no IPCA-15, com alta de 6,69%, impulsionada principalmente pela energia elétrica residencial, que subiu 11,95% e teve o maior impacto individual no índice. Educação (6,26%) e Despesas pessoais (5,86%) também figuram entre as maiores altas do ano. Já entre os alimentos, chamam atenção as quedas expressivas do arroz (-26,04%), da batata-inglesa (-27,70%) e do leite longa vida (-10,42%).
O IPCA-15 utiliza metodologia semelhante à do IPCA, considerado a inflação oficial do país, diferindo principalmente no período de coleta e na abrangência geográfica. Enquanto a prévia é calculada antes do fechamento do mês, o IPCA cheio de dezembro será divulgado em 9 de janeiro. Ambos os índices refletem a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos por famílias com renda entre um e 40 salários mínimos, atualmente fixado em R$ 1.518.










