Pegadas fósseis indicam possível dinossauro mancando há 150 milhões de anos

Reprodução/Dr. Paul Murphey

Trilha extensa encontrada no Colorado revela detalhes raros sobre o comportamento de um saurópode do período Jurássico

Um novo estudo científico trouxe pistas curiosas sobre a locomoção de dinossauros gigantes que habitaram a Terra há cerca de 150 milhões de anos. Pesquisadores analisaram um conjunto de 130 pegadas fossilizadas encontradas no Sítio de Pegadas de Dinossauros de West Gold Hill, no estado do Colorado, nos Estados Unidos, e levantaram a hipótese de que um saurópode pode ter caminhado mancando pela região.

As pegadas formam um dos rastros mais longos e contínuos já registrados desse tipo de dinossauro, com 95,5 metros de extensão. O achado chama atenção pela raridade: o percurso mostra o animal realizando uma curva fechada, algo incomum em registros fósseis. Devido ao tamanho da trilha, os cientistas recorreram ao uso de drones para capturar imagens de alta resolução e, a partir delas, criar um modelo tridimensional detalhado do trajeto.

A análise do modelo 3D permitiu reconstruir a forma como o dinossauro se movimentou. Os pesquisadores identificaram uma diferença de cerca de 10 centímetros entre o comprimento das passadas do lado esquerdo e do lado direito, um detalhe que pode indicar uma leve claudicação durante a caminhada. Ainda assim, os autores do estudo, publicado na revista Geomatics, ressaltam que a diferença não é suficiente para confirmar que o animal estava ferido, podendo refletir apenas uma preferência natural na forma de caminhar.

Além disso, o estudo revelou que o saurópode caminhava inicialmente em direção ao nordeste, fez uma curva fechada e retornou praticamente pelo mesmo caminho, formando um trajeto em formato de “loop”. Também foi observada uma variação na largura do espaçamento entre as pegadas ao longo do percurso, o que pode oferecer novas pistas sobre o comportamento e a postura do animal.

“Ficou claro desde o início que esse animal começou a caminhar em direção ao nordeste, completou um circuito fechado e, em seguida, terminou na mesma direção novamente. Dentro desse circuito, encontramos pistas sutis, porém consistentes, sobre seu comportamento”, afirmou um dos autores do estudo, o pesquisador Anthony Romilio.

Segundo os cientistas, as pegadas datam do final do período Jurássico, época em que dinossauros como o Diplodoco e o Camarassauro percorriam extensas áreas da América do Norte. O achado amplia o entendimento sobre a vida desses gigantes pré-históricos e mostra como vestígios preservados no solo podem revelar detalhes surpreendentes sobre o passado da Terra.