
Complexo será reaberto oficialmente no dia 30 de novembro com etapa da Stock Car e show de Bell Marques
Após 11 anos fechado, o Autódromo Internacional de Brasília se prepara para o retorno do som e da emoção do ronco dos motores, do canto dos pneus e do eco das curvas da maior pista de automobilismo em extensão do Brasil. Um mês antes da reinauguração, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi conferir de perto o estágio final das obras. A reabertura oficial, marcada para o dia 30 de novembro, contará com uma etapa nacional da Stock Car e um show de Bell Marques, celebrando a volta definitiva do espaço ao calendário esportivo e cultural do país.
A reforma, encabeçada pelo Governo do Distrito Federal (GDF), garante a modernização da infraestrutura e recoloca a capital federal no circuito de competições automobilísticas, devolvendo à cidade mais um complexo esportivo, turístico e de lazer. O investimento na primeira etapa é de cerca de R$ 60 milhões, com previsão de R$ 100 milhões, ao todo.
Durante a visita, Ibaneis Rocha lembrou dos desafios do GDF para conseguir dar início às obras em um espaço bastante deteriorado. “Temos que ressaltar que nós tentamos iniciar essa obra em 2022. Tivemos muitos problemas na questão do asfalto. A licitação também ficou parada por um período no Tribunal de Contas. Graças a Deus conseguimos ultrapassar esses entraves burocráticos e a empresa começou as obras aqui”, recordou.
O chefe do Executivo também destacou a importância da reabertura do autódromo para a cidade, tanto como espaço gerador de emprego e renda, quanto local de lazer e pertencimento da comunidade. “Hoje todo o percurso que foi feito coloca a pista de Brasília como uma das melhores do Brasil. A gente quer transformar isso aqui num grande espaço para a população do Distrito Federal, tanto para fazer caminhada, quanto para andar de bicicleta. Nós queremos trazer para cá também empreendimentos automobilísticos, algumas concessionárias de marcas, trazer eventos de apresentação de veículos e manter a cidade também movimentada com o automobilismo, a motovelocidade e várias modalidades, todos os finais de semana a partir de 2026”, completou Ibaneis Rocha.
A reestruturação do autódromo foi planejada em três fases. A primeira, em fase de conclusão, consiste na entrega da pista reformada, que habilita o espaço para receber corridas oficiais e ficar aberto ao público para atividades esportivas, como caminhadas e passeios de bicicleta. A segunda etapa, prevista para abril de 2026, contemplará a entrega definitiva dos boxes, do kartódromo e do centro médico — inicialmente, as corridas contarão com uma estrutura temporária de boxes. Já a terceira fase inclui a instalação de novos empreendimentos dentro do complexo, como lojas de carros e equipamentos esportivos, áreas de eventos e um Museu do Automobilismo, consolidando o espaço como polo permanente de esporte e entretenimento.
“Trabalhamos muito nessa primeira etapa e, para a gente, a mais importante de todas, que foi para qualificar a pista para que a gente pudesse voltar a ter corridas. As regras de segurança mudam muito ao longo do tempo. Então, a gente procurou preservar o traçado original, que era um pedido antigo dos pilotos e da população, e criar variações, por exemplo, para a MotoGP e o Anel Externo. A gente está falando hoje de três traçados que podem ser organizados em seis formas diferentes de correr, aptos a receber qualquer tipo de corrida nacional ou internacional, do que a gente chama de grade, até nível 2”, revelou o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa.
Reforma estrutural
Esta é a primeira grande reforma estrutural do autódromo desde sua inauguração, em 1974. O projeto inclui a modernização do traçado — mantendo a característica original e permitindo corridas de diferentes categorias — e a substituição completa do pavimento por um asfalto idêntico ao de Interlagos, com camada de 20 centímetros, durabilidade estimada em 20 anos e tecnologia que evita o acúmulo de água nas linhas de drenagem, garantindo mais aderência e segurança.
Também foi feita a inclusão de 13 áreas de escape e mais de 10 mil metros de guard rails, além de espaços para arquibancadas temporárias, que permitirão a presença de até 100 mil pessoas, e toda a terraplanagem e drenagem do espaço.
Inaugurado em 1974, o Autódromo de Brasília foi pioneiro desde a construção pelo tamanho da pista — são 5.384 metros de extensão, 16 curvas, seis traçados, duas variantes e duas entradas de boxes. A infraestrutura completa do complexo soma 15.592 m².
Evento de reabertura
A reabertura oficial do espaço está marcada para 30 de novembro, com a penúltima etapa da Stock Car 2025, que deve atrair cerca de 50 mil pessoas. A programação começa na quinta-feira (27), quando carros da Stock Car desfilarão pelas ruas da capital. Na sexta-feira (28), estudantes da rede pública de ensino serão os primeiros a visitar o autódromo. No sábado (29), ocorrem os treinos oficiais e a corrida sprint, uma disputa curta que soma pontos extras para o campeonato. Já no domingo (30), além da prova principal com mais de 20 carros da modalidade, o público poderá curtir um show de Bell Marques, encerrando o fim de semana de celebração.
“São quase 12 anos que o autódromo não funcionava e, agora, a gente devolve isso para a sociedade, para a população do Distrito Federal. Nós faremos um evento apresentando os veículos na cidade. Teremos três dias aqui no autódromo, sendo um dia de corrida. E vamos fechar com aquilo que também está na memória do brasiliense, que é a Micarecandanga. Nós vamos fazer um grande show para a população. Os ingressos serão distribuídos de forma gratuita para toda a população do DF que queira acessar aqui”, reforçou o governador Ibaneis Rocha.
Além dos ingressos gratuitos, o governador também anunciou a extensão do programa Vai de Graça, que isenta o pagamento da tarifa do transporte público aos domingos e feriados, para o sábado, dia 29. O objetivo é permitir o acesso fácil da população ao evento comemorativo de reinauguração do autódromo.
Mesmo antes da reabertura, o espaço já desperta grande interesse: das 52 semanas do ano, 28 já têm solicitações de uso do autódromo para eventos e competições. “Brasília tem um vínculo enorme com o automobilismo. A gente já tinha recebido 28 pedidos de data. Nas duas semanas posteriores a essa primeira corrida, já tem quatro pedidos de data, com eventos, inclusive, durante a semana e no final de semana. Então, todo mundo aguardava ansiosamente esses 12 anos que o autódromo ficou fechado. A gente espera que isso seja não só um local de geração de emprego e renda, fixação de Brasília como cidade de referência e diversão das nossas pessoas, mas que também vire uma fonte de emprego em torno do automobilismo. Esperamos que isso gere uma energia, um engajamento e um vínculo da cidade cada vez maior”, complementou o presidente do BRB.
Com informações da Agência Brasília










