
Espaço permanente de debate reunirá representantes da sociedade civil e do SUS para discutir temas como saúde mental, violência de gênero e atenção materna; primeira reunião está marcada para janeiro de 2026
O governo federal lançou, nesta terça-feira (28), em Brasília, o Fórum de Mulheres na Saúde, uma iniciativa conjunta dos ministérios da Saúde e das Mulheres. O espaço terá caráter consultivo e propositivo, e será voltado ao debate permanente e à construção coletiva de políticas públicas que promovam a saúde integral das mulheres no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Durante o lançamento, realizado na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a saúde feminina é uma prioridade da pasta.
“Quem mais usa o SUS são as mulheres — seja para cuidar de si mesmas, dos filhos, do marido ou dos pais. Além disso, 75% dos profissionais do SUS são mulheres. Por isso, a saúde delas precisa ser prioridade absoluta”, afirmou o ministro.
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, ressaltou que o fórum busca garantir que as políticas públicas reflitam as reais necessidades das brasileiras, considerando as diferenças regionais e sociais.
“Há grupos, movimentos e lideranças comunitárias que conhecem a realidade local e têm respostas para ela. O fórum é um espaço para ouvir essas vozes e construir soluções conjuntas”, explicou.
O evento contou com a presença de Lu Alckmin, esposa do vice-presidente da República, e da ativista Luiza Brunet, que defenderam o diálogo e a valorização das vozes femininas como caminho para o fortalecimento da saúde e da cidadania das mulheres.
Representantes de movimentos sociais também participaram do lançamento. MC Lis da Batalha das Gurias, do movimento hip-hop, chamou atenção para a necessidade de políticas voltadas à saúde mental, enquanto Aline Sousa, do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, destacou o protagonismo das mulheres — em sua maioria negras — no setor da reciclagem e sua contribuição para a saúde pública.
O Fórum de Mulheres na Saúde discutirá temas como saúde sexual e reprodutiva, atenção ao parto e pós-parto, menopausa, saúde menstrual, violência de gênero, saúde mental e prevenção do câncer. A primeira reunião está marcada para janeiro de 2026.
A secretária de Atenção Primária à Saúde, Ana Luiza Caldas, lembrou que o governo já vem ampliando ações voltadas às mulheres, como o Programa Dignidade Menstrual, criado em 2024, que distribuiu gratuitamente 392 milhões de absorventes a 3,7 milhões de mulheres e meninas, com investimento superior a R$ 195 milhões.
Outras iniciativas incluem a Rede Alyne, que destina R$ 1,2 bilhão à atenção materna e infantil, e as Salas Lilás, voltadas ao acolhimento de mulheres vítimas de violência.
Com o novo fórum, o governo busca reforçar o compromisso com a equidade de gênero e com a valorização da presença feminina no SUS, reconhecendo o papel central das mulheres tanto como usuárias quanto como profissionais da saúde.










