Inflação recua levemente e mercado projeta IPCA de 4,7% em 2025, aponta boletim Focus

© Valter Campanato/Agência Brasil

 

Projeção do Banco Central mostra leve melhora nas expectativas econômicas, mas inflação ainda supera o teto da meta oficial

 


A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — considerado a inflação oficial do país — caiu de 4,72% para 4,70% neste ano, segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (20) pelo Banco Central (BC). O relatório reúne as estimativas de instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos brasileiros.

Apesar da ligeira melhora, a projeção ainda está acima do teto da meta de inflação de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta central é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para 2026, o mercado também revisou a expectativa, de 4,28% para 4,27%, enquanto para 2027 e 2028 as previsões são de 3,83% e 3,6%, respectivamente.

Após registrar queda em agosto, a inflação voltou a subir em setembro, acumulando alta de 0,48%, influenciada principalmente pelo aumento nas contas de energia elétrica. Em 12 meses, o IPCA acumula 5,17%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para conter a inflação, o Banco Central mantém a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. Segundo o Comitê de Política Monetária (Copom), a decisão de manter os juros elevados por um “período prolongado” busca garantir a convergência da inflação à meta. O boletim Focus projeta que a Selic permaneça nesse patamar até o fim de 2025, caindo gradualmente para 12,25% em 2026 e atingindo 10% ao ano em 2028.

O mercado também ajustou para cima a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, de 2,16% para 2,17% em 2025. O resultado mantém o ritmo de expansão observado nos últimos anos — em 2024, o PIB cresceu 3,4%, impulsionado pelos setores de serviços e indústria.

Já a cotação do dólar deve encerrar 2025 em torno de R$ 5,45, chegando a R$ 5,50 em 2026, conforme as projeções do boletim.