Brasil bate novo recorde histórico na exportação de carne bovina, mesmo com tarifas dos EUA

Foto de Daniel Quiceno M na Unsplash

 

Em setembro, o país exportou 314,7 mil toneladas de carne bovina in natura — alta de 25,1% em relação ao mesmo período de 2024. Desempenho foi impulsionado por novos mercados e forte demanda global.

 

 


O Brasil, maior exportador mundial de carne bovina, bateu um novo recorde histórico de exportações do produto em setembro, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (6) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O volume exportado alcançou 314,7 mil toneladas, superando a melhor marca anterior, registrada em julho deste ano, quando o país havia embarcado 276,9 mil toneladas.

O resultado representa um crescimento de 25,1% em relação a setembro de 2024, mesmo após a imposição de tarifas pelos Estados Unidos em agosto. O governo norte-americano, sob a administração de Donald Trump, elevou as taxas sobre a carne bovina brasileira para 76,4%, somando uma nova sobretaxa de 50% à alíquota já existente de 26,4%.

Apesar do impacto, o desempenho brasileiro superou as expectativas do setor. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a diversificação de destinos foi fundamental para compensar as restrições impostas pelos EUA. Países como México e China, que já é o maior comprador da carne bovina nacional, ampliaram suas importações.

“Os embarques para os Estados Unidos devem cair para cerca de 7 mil toneladas, mas a competitividade brasileira continua forte, especialmente nos cortes de maior valor agregado”, afirmou Roberto Perosa, presidente da Abiec, em entrevista concedida em setembro.

O bom desempenho também reflete a firme demanda global pela proteína, em meio a um cenário de baixa oferta de gado nos EUA e rearranjos no comércio internacional provocados pelas tensões tarifárias.

De acordo com a Secex, em agosto — já sob as novas tarifas norte-americanas — o Brasil havia exportado 268,6 mil toneladas de carne bovina in natura. O avanço de setembro confirma a capacidade do setor brasileiro de manter o crescimento, mesmo diante de barreiras comerciais.

Além da carne bovina, a Secex também divulgou dados positivos de outros produtos do agronegócio brasileiro, consolidando o país como um dos principais fornecedores globais de alimentos e reforçando a força do campo na balança comercial nacional.