Com projeções monumentais, performances audiovisuais e shows de grandes nomes da música, o Sesc inaugura uma nova era para a cultura brasiliense no coração da Asa Norte
Brasília viveu um fim de semana histórico. Nos dias 4 e 5 de outubro, o maior Centro Cultural do Sesc-DF teve seu pré-lançamento com o tema “O Futuro do Futuro é Aqui e Agora. O Futuro é Hoje.” — um chamado à arte, à inovação e à esperança. O espaço, localizado na 511 Norte, foi tomado por projeções monumentais, performances sensoriais e aplausos que ecoaram como promessas de um novo tempo para a cultura da capital federal.
O presidente da Fecomércio-DF, José Aparecido, e o diretor regional do Sesc-DF, Valcides de Araújo, foram ovacionados pelo público ao transformar um prédio abandonado por quase duas décadas em um símbolo de renascimento cultural. O espetáculo, dirigido pelo renomado artista visual Batman Zavareze e narrado por Arnaldo Antunes, combinou imagem, som, poesia e fogo, numa experiência imersiva que tocou os sentidos e a alma.
Presidente da Fecomércio-DF, José Aparecido
Em seu discurso, José Aparecido destacou que o futuro Centro Cultural será um espaço de encontro da diversidade, da criatividade e da inclusão.
“Este será um ponto de convergência da cultura do nosso querido Distrito Federal, a capital de todos os brasileiros. Um patrimônio humano, um espaço de oportunidades, descobertas e celebração da nossa identidade. Não é apenas sobre cultura — é sobre transformação”, declarou emocionado.
Aparecido anunciou ainda que a entrega completa do Centro Cultural deve ocorrer em até dois anos, marcando o início de um novo capítulo na história do Sesc no DF.
“Hoje estamos lançando a história. Aqui será palco de grandes shows, encontros e experiências que farão parte da memória afetiva de nossa cidade”, concluiu.
Com igual entusiasmo, Valcides de Araújo relembrou os desafios de transformar o espaço e destacou a importância social do projeto.
“Cultura, educação e esporte são pilares essenciais para que a assistência social trabalhe menos. Hoje damos um passo corajoso em direção ao futuro, mostrando que é possível construir e reinventar com esperança. Este prédio, que por 20 anos esteve adormecido, renasce como o mais moderno e criativo espaço de cultura do Brasil”, afirmou.
O diretor ressaltou ainda o caráter inclusivo do novo centro:
“Aqui, todos serão bem-vindos. Da Asa Norte a Ceilândia, do Gama a Planaltina — este espaço é para todos os brasilienses. Brasília nasceu para o Brasil, e o Centro Cultural do Sesc nasce para Brasília. Sem divisões, sem barreiras, de braços abertos.”
Com emoção, Valcides lembrou sua juventude em Ceilândia, quando sonhava em assistir aos grandes eventos no centro de Brasília:
“Eu trabalhava muito para pagar ingresso e passagem de ônibus. Hoje, quero que os jovens do DF tenham acesso à cultura sem barreiras. Queremos descentralizar a arte, levando espetáculos de qualidade para todas as regiões.”
Durante o evento, o público se encantou com a direção artística de Batman Zavareze, referência internacional em artes visuais e responsável por produções das Olimpíadas de 2014 e de artistas como Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Ney Matogrosso. O novo Centro Cultural, com 10 mil metros quadrados de área construída, é assinado pelo arquiteto Marcelo Ferraz, com projeto original de Lelé, e já nasce com parcerias com a Fundação Bienal de São Paulo e instituições internacionais.
O fim de semana foi uma verdadeira celebração da arte e da cidade. O público vibrou com performances audiovisuais e shows de Hamilton de Holanda, Criolo, Vanessa Moreno e Clarice Falcão, além das apresentações de Digital Dubs + Anelis Assumpção + Ed Trombone e do Sistema Criolina.
Do lado de fora, food trucks e uma atmosfera vibrante completaram o cenário: famílias, jovens e artistas reunidos sob o mesmo céu, compartilhando o mesmo sentimento — o de ver Brasília florescer novamente pela arte.
O Centro Cultural Sesc-DF nasce como símbolo de renovação, pertencimento e futuro, um farol que ilumina o caminho da economia criativa e da transformação social. Como disse o próprio Valcides:
“A cultura não precisa de estrutura. A cultura precisa de pessoas. E o Sesc está aqui para ser o palco vivo dessa energia que move Brasília.”
Fotos: Vagner Carvalho – Sesc-DF
