
Presidente dos EUA aposta em plano para encerrar guerra, mas premiê israelense mantém resistência à criação de Estado palestino
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, receberá nesta segunda-feira (29) o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca, em uma reunião considerada crucial para os rumos do conflito em Gaza. Trump afirma estar “muito próximo” de anunciar um acordo que incluiria o cessar-fogo, a libertação de reféns do Hamas e o desarmamento do grupo islamista, após conversas recentes com líderes árabes.
Apesar do otimismo do presidente americano, Netanyahu tem se mostrado relutante. Em discurso na ONU, o premiê israelense classificou a criação de um Estado palestino como “suicídio nacional” e reforçou que pretende “terminar o trabalho” em Gaza. A ofensiva militar, que já provocou a fuga de centenas de milhares de palestinos, continua avançando na região.
Trump, que tenta encerrar uma guerra que já dura quase dois anos, tem enfrentado crescente pressão interna e internacional. Famílias de reféns pediram que o republicano mantenha firme sua proposta de cessar-fogo, enquanto analistas destacam que será necessário “muita pressão” sobre Netanyahu para viabilizar qualquer acordo.
Entre as propostas em discussão, um documento de 21 pontos elaborado pelos EUA prevê o desarmamento do Hamas, a libertação de reféns e a criação de uma “Autoridade Internacional de Transição de Gaza”, com apoio da ONU e de países do Golfo, antes da transferência do controle para uma Autoridade Palestina reformada — ideia rejeitada por Netanyahu.
Os dois líderes farão uma entrevista coletiva às 13h15 (14h15 de Brasília), momento em que devem apresentar os próximos passos. O impasse, contudo, ainda está longe de ser superado.