Encontro em Nova York debate solução de dois Estados; Brasil também lidera eventos sobre democracia, clima e preservação de florestas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em Nova York, onde participa nesta segunda-feira (22) de uma conferência internacional de alto nível na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir a crise na Palestina. Convocado pela França e pela Arábia Saudita, o encontro reúne líderes globais para defender a implementação da solução de dois Estados e buscar avanços diplomáticos para o fim do conflito.
A Conferência Internacional pela Solução Pacífica da Questão da Palestina está marcada para as 15h (horário local), 16h em Brasília. O governo brasileiro espera que o evento leve mais países a reconhecerem formalmente a Palestina como Estado soberano. A posição foi reforçada pelo Itamaraty neste domingo (21), após Reino Unido, Canadá e Austrália declararem apoio à criação do Estado Palestino e condenarem a escalada da violência na Faixa de Gaza.
Em comunicados publicados nas redes sociais, os primeiros-ministros desses países responsabilizaram o Hamas pelos ataques de outubro de 2023, mas criticaram duramente as ações militares de Israel, que causaram dezenas de milhares de mortes, a maioria de civis. Todos reforçaram que o grupo islâmico não deve ter qualquer papel no futuro governo palestino.
Lula abre a Assembleia Geral da ONU
Nesta terça-feira (23), Lula fará o tradicional discurso de abertura do debate geral da Assembleia Geral da ONU, como ocorre desde 1955. Ele falará logo após as falas do secretário-geral da ONU, António Guterres, e da presidente da 80ª Assembleia, Annalena Baerbock, ministra das Relações Exteriores da Alemanha.
O presidente está acompanhado do chanceler Mauro Vieira e de ministros que compõem a comitiva brasileira. A expectativa é que Lula aborde temas como desigualdade social, combate à fome, conflito Israel-Palestina, mudanças climáticas e a necessidade de reforma no sistema multilateral da ONU.
Democracia e combate ao extremismo
Na quarta-feira (24), Lula participará da segunda edição do evento Em Defesa da Democracia e Contra o Extremismo, ao lado dos presidentes do Chile, Gabriel Boric, e da Espanha, Pedro Sánchez. O encontro reúne cerca de 30 países com o objetivo de coordenar ações globais contra a deterioração democrática, a desinformação, o discurso de ódio e a desigualdade.
A primeira edição ocorreu em julho no Chile, quando foi assinada uma declaração conjunta entre os países participantes.
Crise climática e Fundo Florestas Tropicais
Ainda no dia 24, Lula participará de dois eventos com foco ambiental. Um deles será copresidido com o secretário-geral da ONU e discutirá a crise climática, com a apresentação de novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) pelos países.
O presidente também liderará uma reunião para ampliar o apoio ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que será lançado oficialmente em Belém, com foco em financiar ações de preservação florestal em países tropicais.
Além disso, Lula deve participar de uma agenda promovida pelo Centro Global de Adaptação, onde serão discutidos mecanismos de adaptação às mudanças climáticas em regiões vulneráveis.
