Déficit primário projetado para 2025 recua e atinge menor patamar do ano, segundo Ministério da Fazenda

© Marcello Casal JrAgência Brasi

Ajuste nas estimativas de arrecadação e receita líquida reduz projeção de déficit; governo mantém espaço dentro da meta fiscal

O Ministério da Fazenda divulgou nesta quinta-feira (11) que a previsão do déficit primário do governo central em 2025 caiu para R$ 69,99 bilhões, de acordo com a mediana das projeções do Prisma Fiscal, compiladas no Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE). O número representa uma redução de R$ 2,11 bilhões em relação à estimativa anterior, divulgada em julho (R$ 72,10 bilhões), e marca o menor patamar desde janeiro deste ano.

Segundo a SPE, a melhora na projeção se deve ao avanço nas expectativas de arrecadação federal e receita líquida. Com a exclusão dos precatórios — que somam R$ 48,6 bilhões —, o resultado primário projetado para o próximo ano é de um déficit de R$ 26,3 bilhões.

Meta fiscal segue no radar

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o novo arcabouço fiscal estabelecem uma meta de déficit primário zero para 2025, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB), o que permite um déficit de até R$ 31 bilhões. Com o número atual, o governo conta com uma folga de R$ 4,7 bilhões dentro do limite inferior da meta.

“Não será necessário lançar mão de novos contingenciamentos”, informou o boletim da SPE.

A pasta também destacou que o mercado continua apostando no cumprimento da meta fiscal em 2025. Para este ano, a mediana das projeções aponta um déficit primário de R$ 21,36 bilhões, já compensado dentro dos parâmetros definidos.

Arrecadação e despesa sob controle

As projeções para a arrecadação das receitas federais em 2025 foram ajustadas para cima: passaram de R$ 2,87 trilhões, em julho, para R$ 2,88 trilhões em setembro. Da mesma forma, a receita líquida estimada subiu de R$ 2,31 trilhões para R$ 2,32 trilhões no mesmo período.

Já a despesa total do governo central manteve-se estável em R$ 2,39 trilhões desde junho, o que contribuiu para o cenário de melhora fiscal.

Perspectiva para 2026 também é positiva

O boletim também trouxe uma revisão para baixo na projeção do déficit primário em 2026. A estimativa caiu de R$ 89,37 bilhões (julho) para R$ 81,82 bilhões em setembro — uma redução de R$ 7,55 bilhões.

A trajetória da Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) também apresenta viés de queda. Para 2025, a estimativa foi ajustada de 80% para 79,74% do PIB, e para 2026, de 84,10% para 83,80% do PIB, uma queda de 0,30 ponto percentual.