Custo da cesta básica sobe em 13 capitais em 2025, aponta Dieese

Recife, Fortaleza e Salvador registraram as maiores altas; em São Paulo, salário mínimo necessário deveria ser de R$ 7.147,91

O levantamento mais recente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou que o preço da cesta básica apresentou alta em 13 das 17 capitais pesquisadas no acumulado de janeiro a agosto de 2025. As maiores elevações ocorreram em Fortaleza (7,32%), Recife (6,93%) e Salvador (5,54%). Já as reduções foram registradas em Goiânia (-1,85%), Brasília (-0,55%), Vitória (-0,53%) e Campo Grande (-0,20%).

Na comparação entre agosto de 2024 e agosto de 2025, todas as 17 capitais apresentaram aumento, com destaque para Recife (18%) e Belém (3,3%). Em São Paulo, onde foi registrada a cesta mais cara do país, o Dieese estimou que o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 7.147,91, valor equivalente a 4,71 vezes o mínimo vigente de R$ 1.518. Em agosto do ano passado, o valor estimado era de R$ 6.606,13, frente a um mínimo de R$ 1.412.

Tomate, arroz e feijão

Entre os alimentos que compõem a cesta, o tomate apresentou queda em 25 das 27 capitais pesquisadas, com variações entre -26,8% em Brasília e -3,1% em Belém. Apenas Macapá (9,1%) e Palmas (2,6%) tiveram aumento.

O arroz agulhinha também ficou mais barato em 25 cidades, com destaque para Macapá (-8,7%) e Florianópolis (-5,7%). Os aumentos ocorreram em Porto Alegre (0,9%) e Rio Branco (0,9%).

Já o feijão tipo preto, analisado no Sul, no Rio de Janeiro e em Vitória, registrou queda em todas as capitais, com reduções expressivas no Rio de Janeiro (-6,9%) e em Vitória (-3,6%). O feijão carioca caiu em quase todas as capitais, exceto em Campo Grande (0,4%) e Teresina (0,1%), onde subiu ligeiramente. As maiores quedas foram em São Luís (-5,2%), Belo Horizonte (-4,6%) e Porto Velho (-4,19%).

Café e carne bovina

O café em pó teve queda de preço em 24 capitais, com destaque para Brasília (-5,5%), João Pessoa (-4,7%) e Belo Horizonte (-4,7%). As únicas altas foram em Teresina (0,3%) e Fortaleza (0,1%), enquanto em Aracaju não houve variação.

Já a carne bovina de primeira apresentou retração em 18 capitais, com quedas que chegaram a -3,8% em Vitória. Em São Luís, o preço médio permaneceu estável. Por outro lado, aumentos foram registrados em oito capitais, com destaque para Rio Branco (2,2%) e Campo Grande (2,1%).

De acordo com o Dieese, a variação nos preços da carne reflete a combinação de exportações em alta e oferta reduzida de abate, mas, mesmo assim, em algumas regiões houve recuo no varejo.