Lula defende cassação de Eduardo Bolsonaro e chama atuação do deputado de “traição à pátria”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Presidente criticou parlamentar por buscar sanções contra o Brasil nos Estados Unidos; Eduardo e Jair Bolsonaro foram indiciados pela Polícia Federal na semana passada

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (26) que o Congresso Nacional deve iniciar o debate sobre a cassação do mandato do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O parlamentar está afastado desde março, quando pediu licença de 122 dias e se mudou para os Estados Unidos, alegando perseguição política.

Segundo Lula, a conduta de Eduardo configura uma grave afronta ao país.

“Possivelmente, é uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus. Não existe nada mais grave do que um cidadão, custeado pela família, insuflar com mentiras e hipocrisias um outro Estado contra o Estado nacional do Brasil. Esse deputado já deveria ter sido expulso da Câmara dos Deputados”, afirmou.

O presidente reforçou que a questão deve ser enfrentada politicamente:

“Nós vamos ter que fazer disso uma frente de batalha no campo da política, não é no campo do governo, para que a gente possa fazer com que esse país seja respeitado.”

A declaração ocorreu na abertura da segunda reunião ministerial de 2025.

Na semana passada, a Polícia Federal indiciou Eduardo Bolsonaro e o ex-presidente Jair Bolsonaro pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

De acordo com as investigações, Eduardo teria atuado junto ao governo norte-americano para promover medidas de retaliação contra o Brasil e contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

No contexto, as sobretaxas impostas ao Brasil integram a nova política comercial do presidente dos EUA, Donald Trump, que desde abril adota tarifas adicionais a países conforme o saldo de sua balança com os Estados Unidos. Embora o Brasil tenha inicialmente recebido a menor taxa (10%), em 6 de agosto a Casa Branca elevou a tarifa para 40%, em retaliação a decisões judiciais brasileiras e ao julgamento de Jair Bolsonaro, acusado de tentar um golpe de Estado após as eleições de 2022.