Vacina contra clostridiose é retirada de circulação após morte de quase 200 animais

Foto de Daniel Quiceno M na Unsplash

Mapa determinou apreensão dos lotes 016/2024 e 018/2024 e investigação deve durar 60 dias

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) retirou de circulação os lotes 016/2024 e 018/2024 da vacina Excell 10, utilizada contra a clostridiose, após a notificação de quase 200 mortes de animais possivelmente relacionadas ao uso do imunizante.

Segundo dados do Mapa, até o momento foram contabilizados os óbitos de 194 ovinos, 4 caprinos e 1 bovino. A primeira notificação foi feita em 12 de agosto pela Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi). No dia seguinte, o ministério iniciou a análise do caso e solicitou relatórios ao laboratório fabricante, a Dechra Brasil Produtos Veterinários.

A fiscalização teve sequência no dia 14 de agosto, em Londrina (PR), onde fica a unidade produtora do imunizante. Já no dia 15, o Mapa emitiu ordem de apreensão cautelar dos lotes suspeitos junto à distribuidora responsável pela comercialização. A medida foi iniciada em 18 de agosto, em Teresina (PI), com coleta de amostras para análise laboratorial.

De acordo com o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, o ministério atua de forma integrada com os órgãos estaduais para confirmar a causa das mortes e garantir a proteção da pecuária nacional. A estimativa é que o processo de investigação seja concluído em até 60 dias.

A clostridiose é uma doença infecciosa grave causada por bactérias do gênero Clostridium spp., cujas toxinas provocam sintomas como inchaço muscular, incoordenação motora, tremores, convulsões e rigidez muscular. Apesar da suspeita envolvendo os lotes da Excell 10, o Mapa reforça que a vacinação continua sendo uma das medidas mais eficazes no combate à doença.

Em nota, a Dechra Brasil reconheceu relatos de reações adversas em caprinos, ovinos e bovinos, e afirmou que suspendeu preventivamente a venda e iniciou o recolhimento dos lotes suspeitos. O laboratório também disponibilizou dois canais para registro de ocorrências: 0800 400 7997 e (43) 99135-1168.