
Governo nega subsídio pedido pela ONU e cobra aumento do auxílio financeiro para delegações estrangeiras
O governo brasileiro anunciou, nesta sexta-feira (22), a criação de uma força-tarefa para auxiliar delegações estrangeiras na negociação de hospedagens em Belém durante a COP30, marcada para novembro. A medida reúne equipes dos ministérios das Relações Exteriores, Turismo, Meio Ambiente e da secretaria da COP, e será direcionada inicialmente aos países mais pobres, que têm enfrentado maiores dificuldades com o alto custo das acomodações.
A decisão foi tomada após o Brasil negar o pedido da ONU para subsidiar diretamente as hospedagens dos participantes. Em reunião com a UNFCCC, braço ambiental das Nações Unidas, o governo defendeu que a entidade amplie o auxílio pago às delegações. Atualmente, a diária estabelecida para Belém é de US$ 144, valor considerado insuficiente diante da disparada dos preços. Em outras conferências, como em Bonn (Alemanha), o subsídio chegou a US$ 400.
Segundo a secretária executiva da Casa Civil, Míriam Belchior, o Brasil apoia a demanda dos países mais pobres para que o valor seja reajustado. “Não estamos pedindo os US$ 400 de Bonn, mas sim um patamar justo, como US$ 250, equivalente a São Paulo ou Rio de Janeiro. Em qualquer outra cidade do mundo, eles pagariam, então por que não em Belém?”, questionou.
A COP30 enfrenta uma crise de hospedagens com tarifas chegando a mais de R$ 1 milhão em reservas. Até o momento, delegações de 39 países já confirmaram acomodações pela plataforma oficial, enquanto outras oito – entre elas Egito, Espanha, Japão e Noruega – optaram por reservas independentes.
O governo federal reitera que não há possibilidade de mudança de sede. “O que pedimos é que a ONU saia da zona de conforto e contribua mais para encontrar soluções junto com o Brasil”, disse o secretário extraordinário da COP30, Valter Correia.