
Ministro Márcio Macêdo afirma que objetivo é taxar os super-ricos de forma mais justa, e critica pressão de bilionários sobre o Congresso
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, afirmou nesta sexta-feira (4) que o governo federal não pretende aumentar impostos para a população, mas sim promover justiça tributária no país. A declaração foi dada durante entrevista coletiva na abertura da reunião do Conselho Popular do Brics, no centro do Rio de Janeiro.
Ao comentar os recentes debates sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a taxação dos super-ricos, o ministro foi direto: “É inaceitável que menos de 1% da população queira impor as suas vontades, os seus privilégios, a 90% da população brasileira. Nós estamos falando de 50 bilionários que não querem pagar o imposto devidamente.”
Macêdo reforçou que o objetivo do governo é equilibrar a carga tributária, cobrando de quem tem mais capacidade financeira. “Queremos que eles paguem igual ao que nós pagamos, ao que paga um professor, um policial, uma enfermeira, uma médica, uma engenheira, ao que paga qualquer cidadão trabalhador deste país”, afirmou.
Segundo o ministro, a proposta não é criar novos tributos para a população de renda média e baixa, mas sim corrigir distorções históricas que beneficiam grandes fortunas. Ele também destacou o papel do Congresso nesse cenário: “Esses bilionários têm mais recursos e mais força, por isso exercem pressão sobre o Parlamento.”
A reunião do Conselho Popular do Brics, que reúne representantes da sociedade civil dos países-membros do bloco (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), abriu espaço para discussões sobre justiça social, econômica e ambiental, temas que devem integrar a agenda oficial da Cúpula do Brics, prevista para os próximos dias no Rio de Janeiro.