Israel ataca centro nuclear e mata comandantes iranianos

Foto: Istoé

 

No 9º dia da guerra, Tel Aviv intensifica ofensiva contra instalações nucleares e líderes da Guarda Revolucionária; Irã reage com mísseis e drones


No nono dia do confronto direto entre Israel e Irã, a escalada do conflito atingiu novo patamar neste sábado (21), com bombardeios israelenses contra instalações nucleares em Isfahan, no centro do Irã, e a morte de três comandantes da Guarda Revolucionária iraniana. Entre os alvos, estavam locais estratégicos para o programa nuclear iraniano, como centros de produção de centrífugas.

De acordo com fontes militares israelenses, os ataques fazem parte de uma “campanha prolongada” para frear o desenvolvimento de uma bomba atômica por Teerã — algo que o regime iraniano nega estar perseguindo. “A guerra atrasou o programa nuclear iraniano em pelo menos dois ou três anos”, afirmou o chanceler israelense, Gideon Sa’ar.

O Exército de Israel afirmou ter matado, em um ataque noturno, Said Izadi, comandante encarregado da cooperação com o grupo palestino Hamas, além de Aminpour Joudaki, ligado a ataques com drones, e Behnam Shahriyari, da Força Quds. Quatro outros combatentes iranianos morreram em um ataque a um centro de treinamento em Tabriz, no noroeste do país.

Além das mortes, Israel atingiu alvos estratégicos como estruturas de lançamento de mísseis e dois centros de produção de centrífugas nucleares em Isfahan, em uma segunda ofensiva contra a instalação desde o início da guerra.

Em resposta, o Irã lançou novos ataques com drones Shahed e mísseis contra o território israelense, incluindo a área do Aeroporto Ben Gurion, próximo a Tel Aviv. Um drone atingiu um edifício no norte de Israel, sem deixar vítimas.

Segundo a ONG Human Rights Activists News Agency, a guerra já matou 657 iranianos e feriu cerca de 2.000, número bem superior ao dado oficial de 224 mortos. Do lado israelense, as autoridades estimam 25 mortes causadas pelos ataques iranianos.

Enquanto isso, a comunidade internacional pede contenção. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endureceu o tom e deu ao Irã “no máximo duas semanas” para evitar uma intervenção militar direta de Washington.

Teerã, por sua vez, condiciona o retorno às negociações nucleares com os EUA ao fim imediato dos bombardeios israelenses. “Não haverá diálogo sob ataques”, declarou o chanceler iraniano Abbas Araqchi, após reunião com representantes da Alemanha, França e Reino Unido em Genebra.

Com sinais mínimos de trégua, o conflito se intensifica, arrastando a região — e o mundo — para um cenário de risco nuclear e instabilidade geopolítica sem precedentes.