RS conclui protocolo e Brasil pode se declarar livre da gripe aviária

Galinhas (Crédito: Envato)

 

Após 28 dias sem novos surtos, país aguarda reconhecimento internacional para retomar exportações afetadas pela doença.


O Rio Grande do Sul concluiu o protocolo sanitário previsto após o primeiro caso de gripe aviária em granja comercial registrado no Brasil, e o país já pode se autodeclarar livre da doença, segundo informou nesta quarta-feira (18) o secretário da Agricultura gaúcho, Edivilson Brum.

O surto, detectado em uma granja de matrizes no município de Montenegro, levou à adoção de rígidas medidas de controle. Desde a confirmação, 540 propriedades no entorno foram monitoradas, com mais de 2 mil visitas realizadas por fiscais agropecuários em ciclos regulares de inspeção.

“Cumprimos todas as etapas previstas nos protocolos sanitários para que o Brasil possa se autodeclarar como país livre de influenza novamente à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA)”, afirmou Brum.

A contagem regressiva de 28 dias começou em 22 de maio, após a completa desinfecção da granja afetada. Segundo as regras da OMSA, o Brasil pode declarar-se livre da gripe aviária de alta patogenicidade se não houver novos surtos em granjas comerciais durante esse período — condição já atendida.

Apesar disso, o Ministério da Agricultura ainda não formalizou a autodeclaração, que é considerada essencial para tentar reverter os embargos impostos por diversos países importadores. A China, a União Europeia e outros compradores suspenderam as importações brasileiras após o surto, afetando principalmente a carne de frango.

De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de carne de frango in natura do Brasil caíram cerca de 25% em volume médio diário nas duas primeiras semanas de junho, na comparação com o mesmo período de 2024. A queda acentuada reflete o impacto das restrições comerciais.

Embora países como os Emirados Árabes Unidos e o Japão tenham limitado os embargos apenas ao município de Montenegro, a retomada plena do comércio internacional dependerá do reconhecimento da OMSA sobre o novo status sanitário do Brasil.