Ex-assessor diz que Bolsonaro editou plano de golpe

 

Mauro Cid relata que ex-presidente alterou documento sobre prisão de autoridades no pós-eleição

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou que o ex-presidente recebeu e editou um documento que detalhava a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo Cid, Bolsonaro “enxugou o documento, retirando as autoridades das prisões, ficando somente o ministro Alexandre de Moraes como detido”.

Cid e Bolsonaro são acusados de cinco crimes relacionados ao chamado “núcleo 1” da trama golpista, cujo processo conta com 31 réus. O grupo é acusado de organizar ações para a ruptura do Estado Democrático de Direito, incluindo crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe, grave ameaça e dano qualificado pela violência.

Além de Mauro Cid e Jair Bolsonaro, também são réus no caso Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-ministro do GSI; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e Walter Braga Netto.

Os interrogatórios, conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, começaram em 9 de junho e são uma das fases finais da ação penal. O julgamento deve ocorrer no segundo semestre de 2025, e, em caso de condenação, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Os réus têm direito constitucional de não responder perguntas que possam incriminá-los durante os depoimentos.