
Deputada condenada pelo STF está fora do país, pediu licença para ir à Itália e acumula 40% de faltas nas sessões da Câmara
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que teve a prisão solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta terça-feira (3), gastou R$ 680 mil entre verbas de gabinete e cota parlamentar da Câmara dos Deputados nos primeiros quatro meses de 2025 — mesmo período em que esteve licenciada por motivos de saúde.
Zambelli encontra-se fora do país, conforme revelou em entrevistas à CNN Brasil e ao canal bolsonarista Auriverde. Ela afirmou que está nos Estados Unidos, mas que pretende tirar licença oficial para permanecer na Itália.
Apesar das licenças médicas desde fevereiro, a deputada participou de uma missão oficial em abril, mas voltou a faltar às sessões do plenário logo depois, com novas justificativas médicas. Até o momento, Zambelli faltou a 29 das 48 sessões, o equivalente a 40% de ausência — todas justificadas formalmente.
Do total de R$ 680 mil gastos entre janeiro e abril, R$ 201 mil são referentes à cota parlamentar (passagens, hospedagens, divulgação e outros), e os R$ 479 mil restantes foram aplicados em gastos de gabinete, que incluem pagamento de 18 secretários parlamentares.
A parlamentar foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão e à perda do mandato, por envolvimento com o hacker Walter Delgatti, com quem teria planejado a invasão e tentativa de fraude nos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão ainda aguarda o julgamento de recursos, e por isso não foi executada.