
Reconhecimento internacional reforça sanidade do rebanho brasileiro e posiciona o país entre os principais exportadores globais
O Brasil foi oficialmente reconhecido como país livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) nesta quinta-feira (29), durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados, realizada em Paris.
A conquista representa um marco histórico para a pecuária brasileira, consolidando mais de uma década de ações coordenadas entre o setor público e privado por meio do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA), criado em 2017 com o objetivo de erradicar a doença até 2026.
Participaram da cerimônia na capital francesa representantes do setor agropecuário brasileiro, como o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins; a senadora Tereza Cristina, vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA); e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni.
Compromisso com a sanidade animal
Em nota, a CNA afirmou que o reconhecimento reforça o compromisso dos produtores com a qualidade sanitária do rebanho e a excelência dos produtos oferecidos aos mercados internacionais. A entidade destacou que o processo de retirada da vacinação foi feito de forma segura, com base em estudos soroepidemiológicos que comprovaram a ausência de circulação do vírus da febre aftosa no país.
“Apesar de retirar a vacina, o Brasil continuará com as ações de vigilância e controle sanitário, sendo fundamental o papel dos pecuaristas na notificação de possíveis casos ao Serviço Veterinário Oficial (SVO)”, acrescentou a confederação.
A Famasul, por sua vez, destacou que a chancela internacional posiciona o Brasil entre os principais exportadores globais de carne, ao lado de países como os Estados Unidos, Austrália e União Europeia, com sanidade, rastreabilidade e sustentabilidade na produção.
Enfrentamento histórico
A febre aftosa é uma das doenças mais temidas da pecuária global, devido ao seu alto poder de disseminação e aos prejuízos econômicos que causa. No Brasil, o combate oficial à enfermidade teve início na década de 1950, passando por diversas fases até a criação do PNEFA, que estabeleceu um cronograma para a retirada gradual da vacinação e a construção de um sistema robusto de vigilância epidemiológica.
Segundo a Famasul, o reconhecimento da OMSA é mais do que simbólico: abre portas para novos mercados internacionais, com maior valorização da carne brasileira, e demonstra a capacidade técnica e organizacional do setor agropecuário nacional.