
Rendimento médio também atinge recorde; informalidade e subutilização recuam com melhora na qualidade do emprego
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,6% no trimestre encerrado em abril de 2025, segundo dados divulgados nesta terça-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do menor índice para o período desde 2012, quando teve início a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Há um ano, no mesmo trimestre, a taxa era de 7,5%.
Segundo o IBGE, as quedas na comparação anual vêm ocorrendo de forma consecutiva há 46 trimestres, ou seja, desde julho de 2021. Todos os trimestres dos últimos 12 meses apresentaram suas menores taxas para o período desde 2012 ou 2014.
Além da redução do desemprego, o rendimento médio real do trabalhador alcançou R$ 3.426, o maior já registrado para trimestres encerrados em abril — e também o maior valor de toda a série histórica em trimestres comparáveis.
Informalidade e qualidade do emprego
A taxa de informalidade também recuou e ficou em 37,9%, ante 38,3% no trimestre anterior e 38,7% no mesmo período de 2024. No total, são 39,2 milhões de informais entre os 103,3 milhões de pessoas ocupadas no país. A redução foi impulsionada pelo aumento do emprego formal.
O número de trabalhadores com carteira assinada cresceu 0,8% no trimestre e 3,8% no ano. “O mercado de trabalho está absorvendo mão de obra e está seguindo forte e resiliente, mantendo a população ocupada e melhorando a qualidade”, avaliou William Kratochwill, pesquisador do IBGE.
Setores e subutilização
Entre os setores da economia, o maior crescimento trimestral foi observado em administração pública, saúde e educação (2,2%). Já na comparação anual, destacaram-se indústria (3,6%), comércio (3,7%), transportes (4,5%), atividades financeiras e administrativas (3,4%) e novamente a administração pública (4%). A agricultura foi o único setor com queda (-4,3%).
A população subutilizada — que inclui desempregados e pessoas que gostariam de trabalhar mais horas — ficou em 18 milhões, número estável no trimestre, mas com queda de 10,7% na comparação anual. Já a população desalentada somou 3,1 milhões, com recuo de 11,3% em relação ao ano passado.
A taxa de subutilização foi de 15,4%, contra 17,4% no mesmo período de 2024, confirmando a tendência de melhora gradual do mercado de trabalho brasileiro.