Hanseníase: doença silenciosa, mas com tratamento e cura

HANSENÍASE: MARCAS DO PRECONCEITO

 

Campanha nacional alerta sobre sintomas, diagnóstico e combate ao estigma em torno da hanseníase, que ainda é um problema de saúde pública no Brasil

 

 

A hanseníase, doença causada por uma bactéria que atinge a pele e os nervos periféricos, afeta pessoas de todas as idades e sexos. Embora o contágio só ocorra após longos períodos de exposição, uma pequena parcela da população infectada realmente desenvolve a doença, que pode causar deficiências físicas e está associada a estigma e discriminação.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil ocupa a segunda posição global em novos casos registrados, o que mantém a hanseníase como uma questão prioritária de saúde pública no país. Para enfrentá-la, foi lançada a campanha “Hanseníase, Conhecer e Cuidar, de Janeiro a Janeiro”, que promove ações informativas ao longo do ano.

Sinais de alerta e diagnóstico

Os principais sintomas da hanseníase incluem:

  • Manchas na pele com alteração de sensibilidade térmica e tátil;
  • Espessamento de nervos periféricos associado a formigamento, fisgadas ou perda de força muscular;
  • Áreas com redução de suor e pelos;
  • Nódulos avermelhados e dolorosos.

O diagnóstico é realizado por meio de exames dermatológicos e neurológicos para identificar lesões ou alterações sensoriais. Pacientes com suspeita de comprometimento neural são encaminhados a unidades de saúde de maior complexidade.

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente o tratamento da hanseníase, que pode curar a doença e interromper a transmissão.

Combate à desinformação e estigma

A desinformação é um dos principais obstáculos ao diagnóstico e tratamento. Para isso, o Ministério da Saúde desmistifica algumas crenças:

  • Hanseníase não é hereditária nem transmitida por abraços, roupas ou talheres.
  • A transmissão ocorre por contato próximo e prolongado, mas apenas com pessoas que não estão em tratamento.
  • O tratamento é gratuito e garante cura.

Além disso, a Caderneta de Saúde da Pessoa Acometida pela Hanseníase foi criada para auxiliar pacientes no acompanhamento do tratamento e promover o autocuidado.

O estigma em torno da hanseníase muitas vezes gera exclusão social e sofrimento psicológico, dificultando o diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento. A campanha busca combater essas barreiras com informação, destacando que o convívio social é seguro e essencial para a recuperação do paciente.

Um problema que ainda precisa de atenção

Apesar dos avanços, a hanseníase permanece como um desafio para a saúde pública no Brasil. A disseminação de informações corretas e o estímulo ao diagnóstico precoce são fundamentais para reduzir os impactos da doença e promover a inclusão social de quem vive com ela.