O italiano, que se tornou símbolo da luta contra o envelhecimento precoce, fundou associação para conscientizar sobre a rara condição genética
Sammy Basso, o italiano que desafiou a expectativa de vida da síndrome de Hutchinson-Gilford, conhecida como progeria, faleceu no último sábado (5) aos 28 anos. Ele se tornou a pessoa mais longeva registrada com a doença, que acelera drasticamente o processo de envelhecimento.
Basso fundou, ao lado de seus pais, a Associação Italiana de Progeria Sammy Basso, uma organização dedicada a conscientizar a sociedade sobre a síndrome e apoiar pesquisas para encontrar uma cura. Ele participou ativamente de campanhas de conscientização e estudos científicos voltados ao tratamento da condição. “Ele nos ensinou que, apesar dos obstáculos, a vida deve ser vivida plenamente”, disse a família em comunicado anunciando sua morte.
O que é a síndrome de Hutchinson-Gilford
A síndrome de Hutchinson-Gilford, ou progeria, é uma doença genética extremamente rara que provoca o envelhecimento precoce do corpo, acelerando em cerca de sete vezes o processo natural. Crianças afetadas pela síndrome podem apresentar, aos 10 anos, sinais físicos de uma pessoa de 70. A expectativa de vida para quem possui a doença é de 14 anos para mulheres e 16 anos para homens, segundo dados da Fiocruz, o que torna o caso de Basso um recorde.
A progeria atinge cerca de uma pessoa a cada 20 milhões no mundo e, ao contrário de outras doenças genéticas, os sintomas não são visíveis ao nascimento. Eles costumam surgir após o primeiro ano de vida. Entre as principais características estão queda de cabelo, perda de gordura subcutânea, pele fina e enrugada, puberdade tardia, além de problemas ósseos como osteoporose e artrose. No entanto, a condição não afeta o desenvolvimento mental.
A doença é causada por uma mutação pontual no gene LMNA e, até o momento, não há cura conhecida. Sammy Basso foi uma voz importante na busca por avanços científicos e na promoção de uma maior compreensão sobre a síndrome.
