Febraban propõe força-tarefa para avaliar impacto das apostas virtuais

Bruno Peres/Agência Brasil

 

Entidade estuda a suspensão temporária do Pix como meio de pagamento das apostas até a regulamentação do setor

 

 

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) está considerando propor ao governo a criação de uma força-tarefa para avaliar os impactos das apostas virtuais sobre a renda das famílias brasileiras. A iniciativa envolveria a participação de representantes do governo, do setor produtivo e de instituições financeiras.

“Estamos cogitando propor ao governo a criação de uma força-tarefa multigovernamental e multissetorial para aprofundar os impactos da atividade das bets no Brasil. É importante que se tenha um diagnóstico preciso”, afirmou Isaac Sidney, presidente da Febraban, após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (2).

A proposta surge em meio à crescente preocupação com o endividamento causado pelas apostas eletrônicas. Segundo Sidney, o grupo deveria incluir, além do Ministério da Fazenda, órgãos relacionados à defesa do consumidor, prevenção à lavagem de dinheiro e gestão de programas sociais, como o Bolsa Família.

Discussão sobre o Pix nas apostas

Durante o encontro, que teve como tema central o endividamento provocado pelas apostas online, não foram tomadas decisões concretas. Sidney destacou que a Febraban não tem o papel de propor políticas públicas, mas está focada em medidas preventivas para evitar o superendividamento e garantir a saúde financeira das famílias.

Entre as sugestões discutidas, está a suspensão temporária do Pix como meio de pagamento das apostas, até que a regulamentação definitiva do setor entre em vigor, em janeiro. “Temos defendido que os meios instantâneos de pagamento, como o Pix, possam ser temporariamente suspensos para a realização de apostas”, explicou Sidney.

Atualmente, o Pix é responsável pela grande maioria das transações entre apostadores e empresas de apostas virtuais. Segundo dados da Febraban, 99% dos pagamentos para essas empresas são realizados via Pix, enquanto estimativas do Banco Central indicam que esse número varia entre 85% e 90%.

Proibição do uso de cartões de crédito

Nesta quarta-feira, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) anunciou a antecipação da proibição do uso de cartões de crédito para apostas online. Inicialmente prevista para entrar em vigor em janeiro, a medida foi implementada de imediato. No entanto, o impacto dessa restrição será limitado, já que a maior parte das transações é feita por Pix.

A Febraban segue pressionando por uma abordagem mais abrangente e temporária sobre o uso do Pix, visando proteger as famílias brasil