
Plantas da espécie Hippeastrum goianum florescem após destruição causada pelo fogo, simbolizando a resiliência do bioma na Área de Proteção Ambiental do Lago Paranoá.
O que poderia ser apenas mais um desabrochar primaveril no Cerrado transformou-se em um símbolo de esperança. Semanas após um incêndio devastar a vegetação nativa próxima à Torre Digital, na Área de Proteção Ambiental (APA) do Lago Paranoá, brotaram pés da espécie Hippeastrum goianum, conhecida como Amarilis do Cerrado. Entre árvores secas e troncos queimados, o surgimento das delicadas flores trouxe uma imagem contrastante de resiliência.
As fotos que capturaram esse cenário foram feitas por Matheus Ferreira, servidor público e fotógrafo amador, que compartilha a biodiversidade do Cerrado em sua página no Instagram (@arvoresdocerrado). “Ver essas flores brotando em meio ao caos é um sinal de esperança e da força da natureza”, relatou Ferreira. Segundo ele, o Cerrado, apesar de enfrentar a seca extrema e a destruição provocada pelo homem, insiste em renascer.
Especialistas, como Marcela Verciani, superintendente de Unidades de Conservação do Instituto Brasília Ambiental, destacam que, embora o Cerrado tenha capacidade de regeneração, os incêndios provocados elevam temperaturas que prejudicam sua recuperação. Ela reforça o apelo para que a população denuncie focos de incêndio, principalmente durante a seca.
O Instituto Brasília Ambiental, responsável pela gestão da APA, está atuando na prevenção de novos incêndios e na recuperação de áreas afetadas. Ao mesmo tempo, a população pode ajudar denunciando focos de incêndio pelo telefone 193 e o número exclusivo do Instituto, (61) 9224-7202, disponível também no WhatsApp.